
Esta menininha aí tem sobrevivido aos anos (risos). Continua a mesma bochechuda de sempre. Na semana que vem, vai fazer 35 anos.
Outro dia eu li um artigo (meio ruim, falar a verdade), de Lya Luft, cujo título era: "A criança é o pai do homem". A intenção do texto era até interessante, mas acho que não alcançou o significado desta frase.
Não é difícil para mim reconhecer a pessoa que sou na criança que fui. Acho que a gente esconde secretamente o nosso plano de vida nos nossos sonhos pueris, nas horas em que brincamos, dedicados nas nossas investigações sobre o mundo.
Eu, por exemplo, lembro-me de passar horas debruçada em um livro, na produção de um desenho, compenetrada em meus pensamentos. E me imaginava grande num apartamento cheio de livros, de óculos, de roupas simples, escrevendo e lendo o dia inteiro.
Tenho uma foto premonitória, em que estou sentada à fonte em frente ao Cepeusp, com o prédio da FFLCH ao fundo. Na foto, eu sorrio um sorriso tão feliz que parece que a Usp sempre foi a minha segunda casa.
Acho que a criança sabe exatamente o que fazer para dar curso aos seus desejos. Eu sempre almejei ser uma mulher grandona (metaforicamente, sem dúvida), mas no fim quem me dá as coordenadas do que fazer e do que sentir, manda a menina.
Eu me felicito por ter traçado um trajeto de reencontro a mim mesma, podendo olhar nos meus olhos, e poder encarar a mim mesma com um sorriso nos lábios, podendo dizer:
__ Minha querida Roselyzinha, muito obrigada por tudo o que você me fez. Você sempre foi uma garota corajosa, forte, valente, uma fortaleza, e, por sua austeridade, consigo hoje não te decepcionar e ser muito do que você sonhava para mim. Estamos muito quites. Vamos caminhar agora à Rosely quarentona, à Rosely melhor idade, à Rosely bem velhinha e bem feliz.
2 comentários:
Ai, que delícia de texto!!!!
Linda, vc pequenininha!!!!!
Adorei, Rosely, adorei!!!!
Beijão,
Érica
Que fofuuuuuuura!
Aliás, tá linda nas duas!
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