quinta-feira, junho 22, 2006

terça-feira, junho 06, 2006

Quero um machado para quebrar o gelo

Ufa! Férias!
Indenização de tudo o que a gente sofre durante o ano, durante a vida.
Férias não é férias se a gente não tira um mês inteiro de folga, não é mesmo?
Sabe quanto tempo eu não tiro um mês inteiro de folga?
Bom, isso não deve ser novidade para ninguém, quem consegue isso hoje em dia??
Enfim, eu consegui. Vou aproveitar muito, quem sabe quando vou ter uma oportunidade dessa novamente, não é mesmo?
Mas ainda não encerrei os posts.
Continue acessando...

segunda-feira, junho 05, 2006

Terra, és o mais bonito dos planetas

Queridos leitores,
O post de hoje é uma carta que dirijo a uma amiga muito especial. É uma garota muito esperta que conheci através de seu blog. Ela apresenta um diário com suas aventuras do dia a dia, seus passeios, suas compras, suas impressões da escola, suas atividades... e nos conta com muita sinceridade sobre seus medos, suas dúvidas... fala com carinho de seus amigos, preocupando-se com eles... são pensamentos maduros e sensíveis.
Não é preciso nem dizer que adorei encontrar esta pessoa linda por dentro e por fora.
Por isso esta carta... quero dividir com ela e com vocês um pouco de minha estória, e mostrar como que todas as vidas do universo estão de alguma forma relacionadas.

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Querida Cris,
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O motivo que eu quis lhe mostrar o meu texto foi que com a ajuda de suas palavras eu pude me lembrar de muitas coisas que aconteceram comigo, motivo que me levou a procurar em cadernos antigos alguns diários que descrevem como eu me sentia antes. Por isso eu quero lhe agradecer, para mim foi muito bom este processo. Acho que com o outro a gente aprende muito de nós mesmos.
Eu não tinha tanta certeza do que iria acontecer comigo. É engraçado, para mim, ler estes diários e encontrar ‘pistas’ que no fim diziam a verdade de meu futuro. Em algum lugar do meu inconsciente eu simplesmente sabia o que iria acontecer.
Mas o fato é que eu me sentia muito angustiada, muito sozinha nas minhas decisões, e muitas vezes até muito triste por não saber o que eu queria da vida. Na verdade eu sentia até muita vergonha...
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Assim que terminei a escola, não consegui ingresso na faculdade, e fiquei um ano estudando e trabalhando.
Na época de eu tentar entrar em uma faculdade, no ano seguinte, tentei umas 8. Em cada uma eu prestei uma coisa diferente, por não saber o que fazer. Prestei psicologia, direito, jornalismo, cinema, comunicação, relações internacionais. Pensei em prestar nutrição também, mas acabei desistindo. Só prestei letras na usp, a única universidade pública de São Paulo e a única gratuita, ou seja, com enoooooorme concorrência. Escolhi o curso de letras não por causa da literatura, mas por causa de ter conseguido entrar na melhor universidade do Brasil. Entrei no curso de francês, que cursei até o último ano. No último ano desisti e mudei o curso para português. Desistir de um curso da faculdade é muito menos angustiante do que se pensa. Quando vi que estava fazendo algo errado e mudei de curso, foi um grande alívio para mim, uma grande alegria. Foi a melhor coisa que fiz: cheguei ao curso certo com maior maturidade e até aproveitei melhor do que aqueles que tinham acabado de entrar.
Sem dúvida tive uma grande ajuda da sorte. Acabei no lugar certo. E nem tudo dependeu de mim. Nem tudo depende só da gente...

É muita pressão para a gente ter que escolher o que vamos fazer durante a nossa vida inteira, principalmente do lado de fora. Só dentro da universidade é que pude encontrar os meus verdadeiros gostos, os meus verdadeiros talentos. Tem gente que já sabe desde criança o que quer fazer. Sorte para eles. Mas cada um tem uma estória diferente, e só nós é que podemos desvendar os caminhos de nosso destino. Certamente este processo doido que fez parte do meu caminho contribuiu para eu ser a pessoa que sou hoje.
E tem cada estória louca por aí... gente que faz um determinado curso da faculdade só para agradar aos pais e só depois que vai fazer o que gosta de verdade, gente que não faz faculdade nenhuma e mesmo assim vai trabalhar no que gosta, gente que tinha certeza de que seria médico ou engenheiro, chegou na faculdade, viu que não era nada daquilo e foi fazer filosofia... não existe um caminho certo e sem saída.

Hoje, eu sei o que quero da vida. É algo muito bom que conquistei para mim. Mas esta certeza só me chegou com 30 anos. Isso não me tornou menos inteligente, menos bonita, com menos valor. E não me impediu também de eu ter uma estória profissional feliz (conturbada, mas feliz).

Agora tenho outros questionamentos, outros desafios. Eles nunca param (ainda bem).
O que a gente aprende a controlar melhor é a ansiedade, o medo... não que desapareçam, porque tudo faz parte da vida... mas não precisamos nos martirizar tanto... o mundo dá muitas voltas...
Por isso precisamos e muito valorizar os bons momentos que temos, as boas amizades, as boas oportunidades...
Isso é o que conta no final das contas.

Cris, acho que você é uma pessoa muito especial. Acho não, tenho certeza. Certeza porque tudo o que faço da minha vida é ler textos, interpretar textos, identificar os conteúdos das palavras.
E não foi por acaso que me detive no seu blog. Porque ele, através de depoimentos simples e do cotidiano, revela a pessoa extraordinária que você é. É preciso muita coragem para se expor, expor os medos, os erros, as dúvidas... e isso você faz com maestria!
Não sei se você vai ser nutricionista, professora de ioga, escritora, carpinteira, cantora, o que seja. Mas tenho certeza de que será uma excelente profissional, seja lá o que escolher. Isso já está escrito no seu destino porque está escrito na pessoa que você é.
Continue fazendo a sua parte. E tenha fé em si mesma, tenha fé no seu destino. A vida reserva muitas surpresas para todos nós, o tempo todo.

Um beijão bem grandão...
Rosely

sábado, junho 03, 2006

Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro...

O mundo gira, mas pareço estar no mesmo lugar. As horas passam, mas pareço estar parada no tempo. As pessoas com quem encontro na rua são frias. Quem me dera ver o mundo colorido e solto, sem preconceitos, unido. Mas quando caio na real, está ele do mesmo jeito que deixei. Às vezes me sinto fora de foco, e como me focalizar num mundo tão louco?

Dia 29 de fevereiro de 1987, o dia da fantasia
Hoje, como não houve nada, dei uma passada na Escócia para visitar alguns castelos. Fui para qualquer outro lugar e me joguei numa cachoeira fresquinha. Viajei então para a Índia. Depois voltei para São Paulo, fiz um curso de inglês e aprendi tudo. Quem sabe amanhã vou para a França e estudo francês? Foi um dia ótimo. Pena que não existiu.

Hoje tomei um copo de vinho.

Até os papéis amigos, apesar de aceitarem tudo o que penso, ainda assim me mostram meus erros.

Sei que minha vida vai ser boa. Em suma, TUDO vale a pena.

E se eu me afastasse da literatura por uma vida inteira? Será que estou preparada?

Estas frases retirei dos meus diários de 1987. Não são as melhores, mas as que me chamaram mais atenção. É incrível como percebi traços de comportamento e questionamento que carrego até hoje. Muito do que escrevi naquela época prenunciaram o que eu fui fazer da vida, que pessoa eu iria me transformar. A minha vontade de conhecer o mundo, outras línguas e outras culturas sempre foram muito marcantes. E a última frase que recolhi então? Eu estava no primeiro colegial e já sabia que dedicaria a minha vida à literatura. Por que eu tinha tantas dúvidas a respeito da profissão que iria seguir? Parece tão claro nestas palavras. Já sabia que seria impossível eu me afastar das letras, dos estudos, dos escritos do mundo. Nem parece que eu tinha tantas dúvidas e tantos temores. Acho que eu tinha um medo de fracassar, talvez. Não só em questão de não passar no vestibular, não conseguir uma boa faculdade. Acho que tinha medo de não dar conta das tristezas e das alegrias que a vida traz para todos nós, dos problemas que inevitavelmente temos que enfrentar: os nossos vícios, os nossos defeitos, os nossos fantasmas e as intromissões do mundo que também nos trazem desafios. Mas acho que fui muito bem. Queria ter marcado menos as datas das provas e escrito mais sobre mim, porque a Rosely de 14 anos me ajuda muito a me conhecer e a ter mais fé em mim mesma...

sexta-feira, junho 02, 2006

Um dia gatinha manhosa eu prendo você, no meu coração...

A fada
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No meio da estrada
Achei uma fada
A fada era linda
Como uma planta florida
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A fada carregava uma varinha
Em cima tinha
uma estrela
E o seu vestido
Tinha cores da noite.
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Texto de Rosely, provavelmente no ano de 1980
E pensaram que no meio do caminho tinha uma pedra, hein?
Tirar coisas do baú é uma experiência engraçada...