sábado, junho 03, 2006

Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro...

O mundo gira, mas pareço estar no mesmo lugar. As horas passam, mas pareço estar parada no tempo. As pessoas com quem encontro na rua são frias. Quem me dera ver o mundo colorido e solto, sem preconceitos, unido. Mas quando caio na real, está ele do mesmo jeito que deixei. Às vezes me sinto fora de foco, e como me focalizar num mundo tão louco?

Dia 29 de fevereiro de 1987, o dia da fantasia
Hoje, como não houve nada, dei uma passada na Escócia para visitar alguns castelos. Fui para qualquer outro lugar e me joguei numa cachoeira fresquinha. Viajei então para a Índia. Depois voltei para São Paulo, fiz um curso de inglês e aprendi tudo. Quem sabe amanhã vou para a França e estudo francês? Foi um dia ótimo. Pena que não existiu.

Hoje tomei um copo de vinho.

Até os papéis amigos, apesar de aceitarem tudo o que penso, ainda assim me mostram meus erros.

Sei que minha vida vai ser boa. Em suma, TUDO vale a pena.

E se eu me afastasse da literatura por uma vida inteira? Será que estou preparada?

Estas frases retirei dos meus diários de 1987. Não são as melhores, mas as que me chamaram mais atenção. É incrível como percebi traços de comportamento e questionamento que carrego até hoje. Muito do que escrevi naquela época prenunciaram o que eu fui fazer da vida, que pessoa eu iria me transformar. A minha vontade de conhecer o mundo, outras línguas e outras culturas sempre foram muito marcantes. E a última frase que recolhi então? Eu estava no primeiro colegial e já sabia que dedicaria a minha vida à literatura. Por que eu tinha tantas dúvidas a respeito da profissão que iria seguir? Parece tão claro nestas palavras. Já sabia que seria impossível eu me afastar das letras, dos estudos, dos escritos do mundo. Nem parece que eu tinha tantas dúvidas e tantos temores. Acho que eu tinha um medo de fracassar, talvez. Não só em questão de não passar no vestibular, não conseguir uma boa faculdade. Acho que tinha medo de não dar conta das tristezas e das alegrias que a vida traz para todos nós, dos problemas que inevitavelmente temos que enfrentar: os nossos vícios, os nossos defeitos, os nossos fantasmas e as intromissões do mundo que também nos trazem desafios. Mas acho que fui muito bem. Queria ter marcado menos as datas das provas e escrito mais sobre mim, porque a Rosely de 14 anos me ajuda muito a me conhecer e a ter mais fé em mim mesma...

4 comentários:

cris disse...

oi***Adorei este teu post, tá msm mtu giru...e fikei mt feliz po teres encontrado o teu caminhu pa ser feliz...Bem k eu kria encontrar tbem o meu...mas no meu ñ há certezas de nada, tinhas como objectivo a literatura, e o mu objectivo é....nada! Bj**continua comentandu :) bj**

Anônimo disse...

Oi Ro...
Voce sabe que as vezes essa mesma menina de 14 anos (hoje temos mais que o dobro da idade dela entao) me faz me refletir, hoje. No meu presente. Presente do passado (ou preterito do imperfeito? Isso ta ficando muito futuro do passado pro meu gosta... mas adoro AMO seus posts...)
Mada

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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