sexta-feira, março 30, 2007

E eu dizia ainda é cedo

Eu estava conversando hoje com o cachorrão e tivemos um bate-papo muito interessante sobre o medo.
Porque ele, apesar de ser um cachorrão poderoso que poderia colocar qualquer um contra a parede, no sentido literal, às vezes se vê em situações de medo sem fundamento. Tem alguns eventos que despertam o seu instinto mais animal, e ele tenta se defender de coisas até bobas. Como se seus atributos naturais (os dentes, principalmente) não fossem dar conta de resolver os seus fantasmas.
Eu disse a ele que ele pode ficar tranquilo, porque está em ambiente seguro ao lado de pessoas que o amam muito... mas parece que nem sempre conseguimos evitar o seu medo.

No fim, somos assim mesmo, né? Temos um instinto, somos animais e nem sempre resolve este detalhe da "razão". Acho que tanto mais percebemos o amor que nos rodeia, tendo segurança das pessoas que gostam de nós e nos admiram, mais estaremos habilitados a lidar com o medo que sentimos. Porque evitar o medo parece algo impossível, já que temos um instinto de preservação.

quinta-feira, março 29, 2007

O Brasil não conhece o Brasil

O filme Anjos do Sol, 2006, direção de Rudi Lagemann, é inspirado livremente em diversos artigos publicados na imprensa. Fala sobre o mundo da prostituição infantil no Brasil através da história de Maria - uma menina de doze anos de idade que é vendida pelos pais e cruza o Brasil numa longa jornada, forçada a se prostituir para sobreviver enquanto busca um futuro melhor.

Alguns dados relatados no filme:

"Pesquisa divulgada pela Secretaria Especial de Direitos Humanos em janeiro de 2005 denunciou a exploração sexual comercial de crianças e adolescentes em 937 municípios brasileiros".

"Estima-se que cem mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente no Brasil".

segunda-feira, março 26, 2007

Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que passou, mas tenho muito tempo!


O risco na pele

acende a noite

enquanto a lua

(por ironia ilumina o esgoto

anuncia o canto dos gatos)

De quantos partos se vive

para quantos partos se morre
um rito espera-se faca

na garganta da noite
recortada sobre o tempo

pintada de cicatrizes

olhos secos de lágrimas

Domingo, organiza a cerveja

de sobreviver os dias.


(trecho do poema Mukai, que significa mulher)

Ana Paula Tavares


ANA PAULA RIBEIRO TAVARES, nasceu no Lubango, província da Huíla, em 3 de outubro de 1952. Licenciada em História, é funcionária da Secretaria de Estado da Cultura. É membro da União dos Escritores Angolanos e autora de um caderno de poesia intitulado, RITOS DE PASSAGEM.

Ilustração: Marcela Costa (angolana): "Ritms", colagem e pintura.

Marcela Costa, que fez aperfeiçoamento em cursos no Brasil e Suécia, utiliza técnica mista de tecido, areia e estampas. As texturas naturais, o apego às formas curvas e sinuosas conferem às suas criações um viés feminino e um sentimento telúrico. Suas obras estão em diversos países, entre os quais Estados Unidos, Inglaterra, Zâmbia, África do Sul, Estônia e República Tcheca.

sexta-feira, março 23, 2007

Nesta data querida...

Hoje é aniversário de outra pessoa muuuuuuuito especial.
É outra colega de blog, que fica blogando comigo e eu fico blogando com ela.

Olha, esta menina é para lá de gente fina.
É uma MULHER REVOLUCIONÁRIA.

Sabem o que é uma mulher revolucionária?
Eu vou dizer (pretenção, hein?).

É uma mulher que luta pelo que quer. Uma mulher que luta para ser feliz.
Uma mulher que entra na vida das pessoas e altera todo o curso da estória.
Inclusive a dela.
Uma mulher que chora e, às vezes, chora muito. Porque acredita nos seus princípios e não se deixa levar pelo que querem os outros. Ah, os outros querem que ela páre tudo o que está fazendo, pensando e sentindo e vá fazer outras coisas, que talvez nem a deixem ser o que ela é realmente.
Mas ela não cede: com seu jeito de ser, ela toma conta de si mesma, e com muita coragem diz "não" ao que não acha certo.
Ah, ela não tem medo do que os outros vão pensar, é desbocada e assume a sua palavra, as conseqüências de suas ações, enfrenta o mundo que vem abaixo.
Uma mulher revolucionária às vezes pode se sentir a mais covarde de todas as mulheres, a mais fraca, a mais vil, até se dar conta que é preciso ter muito peito para viver do jeito que acha melhor.
Mas com sua postura, ela vai plantando sementes por onde passa, vai espalhando alegria, vai ensinando a gente.
Uma mulher revolucionária às vezes não é admirada em algum tempo de sua vida. Às vezes o tempo é quem mostra às pessoas quem ela verdadeiramente é. E as pessoas por sua vez a vão respeitando, se são espertas suficiente para perceber o seu brilho.
Enfim, uma mulher revolucionária revoluciona. E quando percebe os seus frutos, consegue ser feliz, muito mais feliz do que poderia imaginar. De alma limpa, de consciência tranquila, de cabeça erguida.


Eu sussuro um parabéns para esta mulher revolucionária que me serve de exemplo, de quem eu tanto me orgulho, de quem eu tanto gosto. Esta que me cativa dia após o outro. Por tudo o que ela é, faz, pensa, sente. É uma pessoa realmente extraordinária.
Fico muito feliz por ter esta garota mulher menina mulherão super sensível e meiga como minha amiga.

quarta-feira, março 21, 2007

Meu destino é andar por este país


Esta menininha aí tem sobrevivido aos anos (risos). Continua a mesma bochechuda de sempre. Na semana que vem, vai fazer 35 anos.

Outro dia eu li um artigo (meio ruim, falar a verdade), de Lya Luft, cujo título era: "A criança é o pai do homem". A intenção do texto era até interessante, mas acho que não alcançou o significado desta frase.


Não é difícil para mim reconhecer a pessoa que sou na criança que fui. Acho que a gente esconde secretamente o nosso plano de vida nos nossos sonhos pueris, nas horas em que brincamos, dedicados nas nossas investigações sobre o mundo.


Eu, por exemplo, lembro-me de passar horas debruçada em um livro, na produção de um desenho, compenetrada em meus pensamentos. E me imaginava grande num apartamento cheio de livros, de óculos, de roupas simples, escrevendo e lendo o dia inteiro.


Tenho uma foto premonitória, em que estou sentada à fonte em frente ao Cepeusp, com o prédio da FFLCH ao fundo. Na foto, eu sorrio um sorriso tão feliz que parece que a Usp sempre foi a minha segunda casa.


Acho que a criança sabe exatamente o que fazer para dar curso aos seus desejos. Eu sempre almejei ser uma mulher grandona (metaforicamente, sem dúvida), mas no fim quem me dá as coordenadas do que fazer e do que sentir, manda a menina.


Eu me felicito por ter traçado um trajeto de reencontro a mim mesma, podendo olhar nos meus olhos, e poder encarar a mim mesma com um sorriso nos lábios, podendo dizer:


__ Minha querida Roselyzinha, muito obrigada por tudo o que você me fez. Você sempre foi uma garota corajosa, forte, valente, uma fortaleza, e, por sua austeridade, consigo hoje não te decepcionar e ser muito do que você sonhava para mim. Estamos muito quites. Vamos caminhar agora à Rosely quarentona, à Rosely melhor idade, à Rosely bem velhinha e bem feliz.

segunda-feira, março 19, 2007

Nem toda brasileira é bunda


Gente, quem gosta de Tarsila do Amaral precisa dar uma passadinha no site http://www.tarsiladoamaral.com.br/ para conhecer um pouco mais da vida e da obra desta pintora brasileira.
Este site é maravilhoso!!!
E esta personalidade também.
Não percam!

sábado, março 17, 2007

Que só leva pouca gente

Ontem foi um dia excepcional.
Não que tenha sido muito fácil. Foi bem cansativo.
Mas em compensação é um daqueles dias de minha vida que vou me lembrar por muito tempo.

De manhã tive uma reunião com Tania, a minha orientadora de mestrado. Dá um frio na barriga porque o meu texto de dissertação está se tornando uma realidade cada vez mais séria. Vou poder escrever tudo o que eu tenho a dizer. O frio na barriga é uma mistura de medo, que não quero fazer um trabalho medíocre, e ao mesmo tempo de felicidade. Então posso dizer que esta reunião, apesar de curta, foi bem emocionante.

Em seguida, almocei com alguns amigos de curso, com os quais discuti uns textos que seriam apresentados em uma outra reunião com o grupo todo. Tão importante quanto entender, discutir e aprender, tem este incrível contato com o pessoal, e a gente descobre as possibilidades de se expressar e ler o mundo.

Chegou a hora da reunião, nos esprememos todos em uma salinha das "catacumbas" (há um corredor de sala de professores nas letras que parece um corredor de masmorras). Apesar dos barulhos suspeitos, imaginamos que não há por ali fantasmas centenários, porque o prédio é de certa maneira recente e ainda não formou um conjunto intenso de expectros poderosos.
Então começou a chover, chover, um dilúvio.
Aí que começamos a trocar algumas impressões de nossas vidas e descobrimos algumas estórias incríveis um do outro.
Bom quando a gente encontra pessoas com quem compartilhar cumplicidade.
Dá uma satisfação.

As aventuras não pararam por aí: superando as dificuldades e obstáculos da cidade, conseguimos continuar reunidos até uma da manhã. Ainda debruçados nos textos que discutimos o dia inteiro. Haja neurônio!...

Eu, Márcio, Lisângela e Rosângela enfrentamos um trânsito surreal ao tentarmos escapar da Usp.
No meio do caminho, paramos para jantar no Extra. Com direito a todo glamour do mundo.

Na escada rolante:
__ Será que tem banheiro aqui?
__ Ah, sim! - eu respondi - Eu também quero ir ao banheiro...
Então a Rosângela me comentou uma coisa, eu respondi outra. Quase no piso superior:
__ Estamos longe?
E eu:
__ Do banheiro?
__ Não! Da casa da Tania! - para onde estávamos a caminho.

No banheiro:
__ Sabe que na Europa os banheiros são unissex? - comentei.
__ Você foi muitas vezes?
__ No banheiro?
__ Não! À Europa!

Não sei porque esta estranha fixação pelo banheiro, mas foi uma cena dessas que se a gente tenta imaginar, não consegue. Tem que acontecer para a gente acreditar que é possível.

Enfim, este apanhado de momentos deste dia me deixaram muito feliz. Mais satisfeita ainda quando cheguei hoje ao computador e vi que meus colegas já tinham se manifestado, comentando o dia e a reunião da noite. Isso quer dizer que não só vivi este dia com muita intensidade, como compartilhei estes momentos importantes com outras pessoas muito especiais.
Sei que às vezes fico emotiva um pouco além da conta, mas tenho que dizer: como agradeço por viver assim, tão cheia de estórias para contar. Agradeço aos meus amigos, que tornam todos estes milagres cotidianos acontecerem. Parece que se desenha um sorriso dentro de mim quando tanta coisa que me faz a vida valer a pena se faz presente. Pequenas e grandes coisas. Deixo de ser uma criança assustada, que viveu situações em que tudo saiu do controle e desabou sobre minha cabeça. Passo a ser uma super-heroína poderosa capaz de resolver mil coisas ao mesmo tempo. Aperto a mão do afeto. Pisco um olho para o bem. Enxugo a testa.

Durmo nas nuvens do Olimpo.

quarta-feira, março 14, 2007

Mil rosas roubadas

“Isso explica muita coisa!”

Eu dei uma gargalhada logo em seguida, porque achei engraçado o jeito do Márcio falar.
Vamos voltar ao início da conversa, para que vocês entendam por que ele me respondeu assim.

Eu estava lhe dizendo o seguinte: que li em uma revista, e não me lembro em qual, sobre um psiquiatra que explicava que a paixão dura no máximo três anos. Mas que ela é renovável, ou seja, você pode se reapaixonar e continuar apaixonado por uma pessoa durante décadas. Ou seja, se o período da paixão acaba e não houve uma conexão entre as pessoas, ela não é renovada. No entanto, se uma pessoa está apaixonada, ela pode não perceber os fatores da relação que a comprometem. Pelo menos até acabar a paixão.
Ele explicou também que paixão não tem nada a ver com amor.
Pode-se amar sem estar apaixonado, pode-se apaixonar-se sem estar amando.

É, eu também achei que há bastante lógica.

terça-feira, março 13, 2007

Participo sendo o mistério do planeta

DEZ COISAS A FAZER
PARA IMPEDIR O AQUECIMENTO GLOBAL


troque uma lâmpada
Substituir uma lâmpada comum por outra fluorescente poupa até 68 kg de dióxido de carbono por ano.

dirija menos
Ande, use a bicicleta, faça carona compartilhada ou pegue metrô mais vezes.
Você vai poupar 0,8 kg de dióxido de carbono para cada kilômetro.

recicle mais
Você pode poupar até 1.088 kg de dióxido de carbono por ano apenas reciclando metade de seu lixo doméstico.

revise seus pneus
Conservar os pneus calibrados corretamente pode melhorar o
consumo de gasolina em mais de 3%. Cada galão de gasolina economizado
evita 9 kg de dióxido de carbono na atmosfera!Na hora de abastecer, se possível dê preferência ao álcool.

use menos água quente
É necessária muita energia para aquecer a água. Use menos água quente instalando um chuveiro de baixo fluxo (158 kg de CO2 a menos por ano) e lave suas roupas com água fria ou morna (226 kg a menos por ano).

evite produtos com muita embalagem
Poupe 544 Ig de dióxido de carbono reduzindo seu lixo em 10%.

ajuste seu termostato
Diminuindo apenas 2 graus de seu termostato no inverno e aumentando 2 graus no verão, você pode economizar cerca de 900 kg de dióxido de carbono por ano.
Utilize o seu ar condicionado somente quando necessário.

plante uma árvore
Uma única árvore absorve uma tonelada de dióxido de carbono durante sua vida.

desligue os aparelhos eletrônicos
Desligando sua televisão, DVD, estéreo, e computador quando não estiver usando, economiza milhares de metros cúbicos de dióxido de carbono por ano.

faça parte da solução
Descubra mais e participe através do site climatecrisis.net


NÃO É SEMPRE QUE A SOLUÇÃO ESTÁ NAS NOSSAS MÃOS,
NÃO A DEIXEM ESCAPAR!!!

sábado, março 10, 2007

O tempo não pára


O mundo está em movimento o tempo todo.

Para que querer repetir o passado e não se aventurar em uma nova situação, em um novo modo de pensar?

A transformação requer o abandono dos padrões rançosos, que inevitavelmente dificultam as novas relações.

A libertação está interligada às nossas atitudes. Precisamos ter a coragem de pular do abismo e encontrar o outro, pensar em suas necessidades, transformar o outro para alterarmos o curso de nós mesmos.

Basta aliviarmos a fome de um ser para amanhecer um novo planeta. Você tem fome de quê?

quarta-feira, março 07, 2007

Realize seu sonho sexual

Uma vez eu estava sentada em um banco, em lugar público, veio um prostituto se oferecer a mim. Agradeci e disse que não, sem poder evitar o risinho no canto dos lábios. Conversando com este moço, descobri que ele tinha sido estuprado aos 11 anos de idade. Ele me contou assim, sem drama, sem dor, como se contasse o que tinha comido no café da manhã. Banalizar a violência parece ter sido uma maneira de ele sobreviver.
Sabe, eu acho que a prostituição não deveria ser crime. Deveria ser regulamentada. Porque sempre haverá quem queira se prostituir, sempre haverá quem queira pagar por sexo. E este número de pessoas nunca foi e nunca será reduzido. Por que, eu não sei. Mesmo filmes pornôs não me atraem, li uma vez em uma estatística que as pessoas que estão transmitindo prazer na verdade estão fingindo. O ranger de dentes, as palavras, os gemidos, o grito de gozo, tudo não passa de fingimento, de parca encenação. Há tantas pessoas que se envolvem na prostituição sem quererem se prostituir que sempre me vem à mente: esta pessoa aí, será que ela teve escolhas? Será que foi obrigada? O quanto sofreu, o quanto sofre, o quanto esqueceu de sofrer?
Lógico que numa sociedade cheia de tabus e de falsa moral nunca aceitaria uma carteira de trabalho com o carimbo: pessoa da vida. Diria que o dinheiro advindo da prostituição seria dinheiro sujo. Menos sujo do que a venda das drogas lícitas, como o álcool, não sei.
Mas sei que quando falamos de prostitutos e prostitutas, estamos falando de seres humanos. Gente que tem dor de dente, dor de barriga, sente frio, fome e sede como qualquer um de nós.
Fácil imaginar que a vida é fácil para alguém. Na verdade, não sabemos nada de ninguém e não podemos julgar sem conhecer. Fácil é deixar as pessoas à mercê da ignorância, da falta de cuidados e atenção, da marginalidade.
Lógico que tem gente que se prostitui porque gosta. Por isso acho que deveria se chamar profissão. Um dia vai acabar por acaso?

terça-feira, março 06, 2007

Água também é mar


Sim, a paisagem é bela, relaxante, alto astral e tudo o mais.

Mas eu vou contar para vocês o que eu vi ontem. Nããããão, não é nada legal, nem atrativo, nem geração saúde, nem nada.

Se bem que é até bonitinho... estou falando do monte de RATOS que tem nas pedras da praia!!!

Tão grandes que parecem até "coelhinhos", como disse uma senhora que passou ao meu lado.

Eles pulavam de um lado para o outro, como se estivessem brincando e faziam uns chiados bem fininhos assim: íííícc... íííícc...

Quando reparei melhor, pude observar as marcas das pegadas na areia... e não eram poucas, não! As pegadas contornavam todas as pedras da praia, o que quer dizer uma grande extensão. Eles estavam tão à vontade que nem ligavam para as pessoas que passeavam no calçadão. Estão mais do que acostumados.

Enfim... já me assusta o fato de eu observar um monte de gente na praia abaixo da bandeira "Imprópria" da Cetesb, indicando que a praia é comprovadamente imprópria para banho. Isto é, água suja. Agora imaginar que todo mundo estende as cangas naquela areia, isso já é demais...

Ademais, o que me resta? Suspirar sentada no banco (e não na areia), vendo o mar, as águas, os barcos, o verde... observando o mundo e as contradições das mais simples às mais complexas.

Hoje, aliás, vi um peixe dando um enorme salto na água. Tanta sorte quanto ver uma estrela cadente, né?

domingo, março 04, 2007

Feito um gato aos pés da dona


A fênix ou fénix (em grego: φοῖνιξ;, transcrição: foinix) é um pássaro da mitologia egípcia que quando morria entrava em auto-combustão e passado algum tempo renascia das próprias cinzas.

Não conheço muito da mitologia, muito menos da mitologia egípcia. Mas estas estórias não são fenomenais?

quinta-feira, março 01, 2007

Minha pretinhosidade, minha festa, minha flecha, minha seta

Nas palavras da minha amiga Érica:

Para quem ainda não sabe, acabou de ser publicada, pela Cia das Letras, mais uma obra do Mia Couto! Desta vez é A varanda do frangipani.


Que bom!! Fiquei tão contente com a notícia! Será que ele não vem de novo ao Brasil para dar mais uma palestra e mais uma autografada nos nossos livros? (Percebam meu tom de expectativa).



No lançamento do livro O último pé da sereia em São Paulo, em palestra no auditório do Sesc Mariana, Mia Couto primeiro contou como a sua identidade é confundida. Porque inicialmente todos pensam que ele é negro (e trata-se de um loiro de olhos azuis); e porque seu nome Mia, apelido de criança por causa de sua imitação de gatos, pode também ser dado por nome de mulher. E continuou questionando a identidade.
Até que contou o seguinte episódio, que achei muito curioso: que, na profissão de biólogo (quem diria), uma vez foi catalogar os pássaros de uma certa região, levando consigo como guia um morador local conhecedor de todos os cantos e todos os nomes dos bichos dali.
Saindo logo de manhã para o trabalho de campo, ainda amanhecendo, um pouco desajeitado com os materiais e papéis que carregava, Mia escutou o primeiro grito do dia.
__ Este pássaro que gritou agora, qual o nome dele?
E o acompanhante respondeu:
__ Ah, este pássaro a gente não chama de pássaro, a gente chama de sapo.