quinta-feira, abril 26, 2007

Rockxixe

Raul Seixas
Composição: Raul Seixas / Paulo Coelho
Vê se me entende, olha o meu sapato novo
Minha calça colorida o meu novo way of life
Eu tô tão lindo porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto e começar tudo de novo

O que eu quero, eu vou conseguir
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
Quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis

Eu tinha medo do seu medodo que eu faço
Medo de cair no laçoque você preparou
Eu tinha medo de ter que dormir mais cedo
numa cama que eu não gosto só porque você mandou...

Você é forte mais eu sou muito mais lindo
O meu cinto cintilante, a minha bota, o meu boné
Não tenho pressa, tenho muita paciência
Na esquina da falênciaque eu te pego pelo pé

Olha o meu charme, minha túnica, meu terno
Eu sou o anjo do inferno que chegou pra lhe buscar
Eu vim de longe, vim d´uma metamorfose
Numa nuvem de poeira que pintou pra lhe pegar

Você é forte, faz o que deseja e quer
Mas se assusta com o que eu faço, isso eu já posso ver
E foi com isso justamente que eu vi
Maravilhoso, eu aprendi que eu sou mais forte que você

O que eu quero, eu vou conseguir
O que eu quero, eu vou conseguir
Pois quando eu quero todos querem
Quando eu quero todo mundo pede mais
E pede bis, e pede mais...

http://raul-seixas.letras.terra.com.br/letras/90872/

quarta-feira, abril 25, 2007

A passos de formiga e sem vontade

Ontem estive assistindo um documentário sobre o furacão Katrina. Sim, todos nós estamos carecas de saber que arrasou Nova Jersey, deixou muitas pessoas desabrigadas, muitas mortas e afundou a cidade.
O que eu não sabia é que, SEIS meses depois, o governo americano não tinha ainda providenciado a organização da cidade, na verdade, não tinha providenciado nada. As pessoas tentavam voltar para suas casas, mas simplesmente não conseguiam: as marcas da destruição continuavam jogadas nas ruas. Toneladas de entulhos impossibilitavam a mobilidade e a regularização do espaço.
E o pior!
Quando as pessoas conseguiam voltar para as casa, encontravam anotados nas portas os números de mortos encontrados no interior das residências pelas equipes de resgate.
Quando viam o número 0, aliviam-se, pensando: "puxa, meus entes queridos estão por aí, em algum lugar..."
Mas ao entrarem, descobriam corpos.
Não consigo imaginar uma possibilidade tão cruel quanto esta a estes sobreviventes já traumatizados pela catástrofe.
Estes dias eu estive me recordando da infância, até me lamentando das perdas, já estou completamente consolada: pelo menos os meus brinquedos queridos eu doei para uma instituição de caridade, e as minhas coisas foram parar em outras casas, encontrar outras crianças. Não foram levadas por um temporal. Ou por um pesadelo.

terça-feira, abril 24, 2007

Recordar é viver

Tenho escrito uns posts muito nostálgicos ultimamente.
Mas é bom saber que tenho boas recordações.
Aliás, muita coisa de minha vida eu tinha esquecido por completo, e agora tenho ativado a minha memória e lembrado de muitos episódios. É uma experiência meio surreal saber que se viveu tanto.

domingo, abril 22, 2007

Beijou sua mulher como se fosse única...

Antigamente eu ficava assistindo Os Jetsons, achando que o futuro era só uma ficção.

Aquele telefone, por exemplo, com televisão, que passava a imagem junto com a voz ao vivo e a cores, parecia uma coisa inventada e sem chance de se realizar, pelo menos não enquanto eu estivesse viva...


Hoje a gente não acompanha as novidades que entram no mercado, não vive sem a tecnologia. Não consigo imaginar como eu conseguia entregar trabalhos na faculdade em papel almaço, sem a possibilidade de procurar na internet o assunto de pesquisa e ainda tendo que usar a caneta esferográfica que borrava. E quando vinham os inevitáveis erros de escrita, quando passava tudo a limpo? Fui da época antes até mesmo do corretivo líquido. Usava a borracha para caneta. E tinha que ser com muito cuidado para não rasgar o papel, porque senão tinha que escrever tudo de novo...


Sabe que naquela época havia um valor pela aparência do trabalho baseada no "sofrimento"? Hoje a gente aperta a tecla delete, antes a gente tinha que escrever duas vezes e se errasse não poderia riscar e continuar escrevendo. Bobagem, né? Imagina o tempo que se gastava inutilmente com isso!

Eu cheguei a escrever cartas para os amigos! Em folha de caderno. E não tinha a resposta imediata, muitas vezes nem vinha resposta. Eu também não dava conta de responder as cartas que recebia. Sabe quantos amigos meus se perderam na multidão, antes que existisse e-mail?

É uma pena. Eu sinto falta de saber de algumas pessoas que conheci. Com a tecnologia, a gente sabe pelo menos um mínimo. Sem ela, os laços se desfaziam mais facilmente.

Mas tem algumas coisas que sinto falta: a coleção de papéis de carta é uma delas. Havia papéis perfumados e com desenhos lindíssimos.

Sinto falta das minhas coleções de figurinhas. As crianças de hoje não têm álbuns tão legais quanto os que eu tive. Havia umas figurinhas muito criativas e bonitas. E a criançada na hora do recreio ficava brincando de "bafo", era tão bom!

Eu me arrependo de ter dado fim a um monte de coisas que eu tinha. Mas não sabia que um dia eu sentiria falta...

domingo, abril 15, 2007

Quem quer?

Teve uma época, quando eu era criança, que na escola teve uma febre de dip lik. É um doce assim: um pirulito que se mergulha em um pó adoçado e aromatizado enquanto se chupa.


Eu passei um tempão babando nos dip liks que as crianças chupavam na minha frente o dia inteiro.


E eu naquela baita vontade.


Até que um dia, não sei por que cargas d'água, eu cheguei na escola com um dinheirinho na mão. Fui correndo no pipoqueiro comprar o meu dip lik e me saborear e matar toda a minha vontade de vários tempos.


Mas aí, mal abri o envelope do dip lik, veio correndo uma menina na minha direção que eu nem conhecia:


__ Você é louca?! Não pode chupar este pirulito! Ninguém mais está comprando isto!


Fiquei meio refém daquele alerta, curiosa com o que diabos poderia ter de tão ruim naquele doce, às vistas tão inofensivo.


__ Tem ácido neste pirulito!! - anunciou a menina, toda preocupada.


__ Veja aqui no rótulo: ácido cítrico!


Puxa! Ácido no pirulito! Pareceu-me bem razoável que eu tinha escapado de um grande perigo. Pensei que o pirulito pudesse aos poucos ir corroendo as minhas entranhas.


A menina jogou fora o meu dip lik.


Socorreu-me de um grande problema.


Mas ela não pôde me salvar da vontade que eu passei antes e depois deste episódio.



...

Muitos anos depois, na verdade uns dois ou três anos atrás, eu estava em um jornaleiro e vi a embalagem do dip lik. Uau! Eu poderia então sanar a minha vontade de tantos anos.

Abri, sorridente e vitoriosa o saquinho do dip lik. Ainda era todo o mesmo, pelo menos no rótulo.


Mas era tarde demais.


O dip lik tinha perdido todo o gosto da infância.

terça-feira, abril 10, 2007

Perigo é ver você assim sorrindo

Sempre achei as lagartas amigas da natureza. Bichinhos inofensivos que podem no máximo provocar uma queimadura na pele se a gente encostar.
Mas ontem descobri, visitando o Instituto Butantan, que há lagartas e taturanas venenosas e que podem ser muito perigosas ou fatais.

Pouca gente sabe, mas o Instituto Butantan tem um hospital especializado em picadas e alergias causadas por bichos que funciona 24h.

E há departamentos que recebem insetos, aracnídeos, cobras, anuros, bichinhos esquisitos no geral. Até carrapatos. Ao entregar o bicho, de preferência vivo, a gente recebe uma ficha com as informações sobre ele: o nome científico, o nome popular, as características principais e a periculosidade. E os funcionários ficam à disposição para tirar qualquer dúvida sobre prevenção e outras informações. É um serviço gratuito à comunidade. E eles agradecem muito quando recebem os bichinhos que a gente leva, eles utilizam para estudos e às vezes para produção de soros e remédios.

Lá no Instituto Butantan tem cursos para leigos que parecem ser bem interessantes, eu mesma quero fazer algum um dia. Sem falar no museu e nos tanques de cobras abertos à visitação.

Por isso, vale a pena participar e divulgar esta boa iniciativa brasileira que não é tão reconhecida ou mesmo desconhecida por muita gente.

sábado, abril 07, 2007

Descansa meus olhos


Ontem fui ao Centro Cultural. Vi uma exposição belíssima de fotos de paisagens do Irã.

Ai, quem me dera ficar só percorrendo o mundo e relatando tudo o que eu vi. Um dia eu passeava, no outro ficava escrevendo tudo o que tinha acontecido no dia anterior. Não é um emprego dos sonhos??

Na verdade, acho que aprendemos muito olhando para o olhar do outro. Observamos as suas casas, as suas vestimentas, os seus gestos, as suas palavras (que nem sempre fazem sentido para nós).

E no significado do outro, encontramos os nossos. O que significam flores para cada um de nós? O que significam pelicanos? O que significam águas, fogos, terras e ares? Como cada um entende o universo?

O silêncio?

Eu sou uma ser andante e sentar me cansa.