quinta-feira, março 30, 2006

Dom dom dim, dim dim dom, uo uôôô

Eu adooooooooro fazer aniversário!!
Aniversário é um dia que seus amigos se lembram de você... você acaba tendo notícias de gente que não vê há um tempão... e se os amigos se esquecem da data, por que não anunciar: oi, mundo!! Hoje é o meu dia especial!

É o dia que sou parabenizada não só por existir, mas por todo o ano que se passou e tudo o que aconteceu na minha vida.
Não queria parar no tempo, não, e muito menos voltar. Não dei um duro danado para chegar até aqui?
Marcas no rosto, nos cabelos e no corpo são constatações de que estou vivendo, que apesar de um tombo ou outro estou aguentando o tranco, não é mesmo?
34 anos, e olhe só quanta coisa já conquistei!! Sim, sim... ainda tem muito que quero fazer, a caminhada para frente ainda é enoooooorme e por vezes vai ser até exaustiva...
Mas não posso desmerecer a bagagem. Não posso desmerecer meus pés sujos de lama dos terrenos que percorri. Afinal, tudo é aventura nesta vida!!!

Continue tic tic relógio do mundo.


(Foto: Madalena Grenier)

terça-feira, março 28, 2006

É cor de rosa choque...

Gente, eu preciso falar para vocês de uma amiga muito especial!!
(uma entre muitas outras que eu tenho a SORTE de conhecer!!)
Não vou conseguir homenageá-la à altura da homenagem que ela acabou de me fazer em seu blog...
Convido-os, porém, para visitar o blog dela e conferir quão especiais são as suas palavras (não só àquelas dedicadas a mim obviamente). Todo mundo dá o que tem, não é verdade?? Então se as palavras são mágicas e fenomenais, imaginem a pessoa então...

JOANA, a minha amiga jacaré...

http://www.ladyjooo.blogspot.com/

Ah... não tenho foto dela aqui para apresentá-la direito.
Mas ela também tem um fotolog:

http://www.fotolog.com/ladyjooo/

(bonita por dentro e por fora!)

Marcha Para um Dia de Sol

Não é que eu vi outro casal jogando frescobol ontem na usp?

Será que meus desejos estão sendo atendidos?

Eu sei que a vida pode ser bem melhor e será

Ser voluntário é muito mais simples do que se imagina. É assumir uma atitude. Basta seguir a sua vocação e exercer a sua cidadania.
O pouco de atenção que se dispensa a outrem ou ao planeta já promove muitas mudanças.
Dar lugar a uma grávida no ônibus, oferecer informações a alguém na rua, separar o lixo do material reciclável em casa, defender-se no Procon já são bons exemplos de cidadania. Fáceis. Eficazes.

Ficar esperto
O ideal é atuar pessoalmente, porque aí se tem certeza para onde está indo seu dinheiro e sua dedicação. Infelizmente, há muitas ongs no mercado, grandes e famosas inclusive, interessadas mais no lucro pessoal/institucional do que no bem comum. Em qualquer área de conhecimento existem picaretas, e infelizmente na de responsabilidade social não há excessão. Porém, não podemos perder a esperança na humanidade. Visitar o local ou depositar dinheiro diretamente na conta corrente da organização também é mais recomendável. Confiança se conquista e se mantém com seriedade. Trabalhos idôneos estão à disposição de sua averiguação e permitem diálogos.

Reflexões de um andarilho
Às vezes estou em São Paulo com a impressão de que as pessoas têm a impressão de estar vivendo em um país de primeiro mundo. Isso porque o conforto da tecnologia está presente na maior parte das casas que visitamos, porque empresas encontram possibilidades de negócios com o mundo todo através da internet, porque vemos carros de último tipo, com acessórios espetaculares, cruzando avenidas grandes de nossa cidade, porque há serviços 24hrs de qualquer coisa que se possa precisar em qualquer hora do dia e da noite, porque temos convênio médico e observamos clínicas em esquinas de nossas casas oferencendo especialidades que nem imaginávamos que existiam. A comunicação instantânea nos dá a impressão de que conhecemos tudo do mundo todo. Mas muito próximo a nós existem condições de existência além da pobreza e da falta de informação. Infelizmente, falta sensibilidade a nossos governantes, que preferem gastar dinheiro em estrutura anti-mendigo do que prestar mais atenção às precárias condições de albergues. Eu visitei um uma vez, não gostei nada do que vi. Quartos desorganizados, ambiente sujo, corredores suspeitos. Pessoas sentadas no chão, ociosas. Não é de se estranhar que muitos indivíduos prefiram dormir ao relento ou embaixo de pontes, por perceber que certos ambientes de assistência insinuam doença e perigo.
É fácil pensar que pobres precisam de cesta básica e leite, e não de faculdades. Que precisam de uma alfabetização suficiente para pegar ônibus para ir ao trabalho e não para aprender direitos como cidadãos e fortalecer senso crítico e análise para se posicionar e se defender na sociedade. Que não precisam de estruturas urbanas bonitas, que construções feias lhe bastam, e efetivamente os bairros pefiféricos são feios, de aparência muito distante das grandes e iluminadas avenidas. Que o meio ambiente, como a área de mata atlântica próxima ao Parque do Ipê, não precisa de um planejamento de menor impacto ambiental em nome do progresso.
Um crime aberto está sendo desferido contra a juventude nas escolas estaduais. Ninguém repete de ano, também não é alfabetizado direito. Os professores enfrentam desafios diários além de suas possibilidades. Concurso público? Tem concurso aí que oferece salário de R$ 4.000,00, mas não para educação e cultura. Definitivamente, não estamos no primeiro mundo.

Um mundo melhor é possível
Mas acreditem: muitas pessoas lutam contra tudo isso. Muitas pessoas estão unidas através de um ideal de um mundo melhor.
Quando participei do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, dois extremos se apresentaram a mim. O primeiro diz respeito à quantidade de pessoas e de projetos empenhados na reestruturação social. Gente do Brasil e do mundo. Projetos de alta qualidade. Ponto positivo para as pessoas. O segundo diz respeito à pobreza de informações na mídia sobre todas as coisas maravilhosas que aconteceram por lá. Quando eu vi na televisão o show do Jorge Ben Jor como o auge do fórum, fiquei triste. Não que o show não tenha sido importante, porque é necessário comemorar, é necessário se divertir. Mas na minha opinião foi café pequeno em vista de todo o resto que estava acontecendo. Quando vi jornais respeitados comparando o fórum a um woodstock, aí sim eu fiquei revoltada de verdade. O fato é que ninguém, a não ser quem foi lá, ficou sabendo do que realmente se trata o evento, qual seja, o fortalecimento de atuações sociais de alta densidade. Ponto negativo para a mídia.

Mãos à obra
Cenário desanimador? Sim. Violência? Também. Tristeza e miséria? Nem se fala.
Mas não podemos nos nutrir do que vemos de triste. Mais vale voltar para casa ter feito uma criança sorrir, ter conversado com um idoso, ter encaminhado papel para reciclagem, doar materiais (roupas, livros, objetos) que não se usa mais, na certeza de se ter contribuído para um dia feliz e produtivo de alguém. Porque um dia feliz pode alterar um caminho. Só a presença de um voluntário já faz com que o assistido se sinta importante. É bom se sentir notado, se sentir atendido. Quando nos falta a possibilidade de causar mudanças radicais, acreditemos na força das pequenas intervenções.

E sim, eu tenho uma sociedade beneficente muito idônea para recomendar: www.instituto.org.br. (não reparem... às vezes está fora do ar por falta de verba...)

quarta-feira, março 22, 2006

O sonho é meu e eu sonho que deve ter alamedas verdes

Aventuras pela cidade...

Estava eu outro dia andando pela rua, voltando para casa, descendo a avenida, vem um cachorro subindo, na minha direção. Ambos vínhamos rente aos muros das casas. Ao nos encontrarmos, pensei que ele desviaria de mim, mas não... parou, olhou para cima como que dizendo: "Com licença, você está no meu caminho..." e esperou que EU desviasse. Fazer o que... desviei, né... e fiquei rindo o resto do percurso.

Ontem no ônibus, dentro da USP, vi um casal jogando frescobol no gramado. Sabe quando você tem a impressão de ver uma cena completamente fora do lugar? Numa praia talvez... e não estou criticando, não! Antes elogiando: faz bem à saúde fazer exercícios. Faz bem à saúde poder brincar na grama. Faz bem à saúde dividir seu tempo com quem você gosta. Esta cena pareceu fora do lugar porque nunca tinha visto alguém jogar frescobol em pleno horário comercial em um dia da semana seja lá onde for nesta cidade de São Paulo. Quem dera eu olhasse pela janela do ônibus e visse mais gente brincando, rindo, se divertindo, feliz da vida e feliz com a vida!!...

E semana passada presenciei uma cena mais inusitada. Estava quase chegando em casa quando vi um homem, carregador de carroças de papelão, plásticos e afins, cambaleando. Primeira impressão que tive é que estava bêbado (ê, preconceito, viu? que vergonha...). Ele reduziu o passo e acabou caindo no chão, a carroça em seguida por cima dele. Corri até ele, tirei a carroça, perguntando: "O senhor está bem?". Ao constatar que ele estava trêmulo, sem me responder, decidi chamar 190. Mas não foi preciso, porque logo em seguida veio uma moça correndo e segurou-o de lado, me avisando: "Ele está tendo um ataque de epilepsia. Fique tranquila, sou enfermeira". Puxa, nunca tinha visto um ataque desses, e sinceramente nunca imaginaria que fosse isso, porque para mim seria algo muito mais contundente, não um tremor leve.
Bonito foi ver a reação das pessoas na rua. Uma outra moça, que estava um pouco mais à frente, veio correndo (de salto alto e tudo) perguntar o que estava acontecendo, se a gente estava precisando de ajuda. Os carros que passavam perguntavam se queriam que chamassem a ambulância. Pedestres que nos viram tinham a mesma reação. Ajudaram a colocar a carroça mais perto da calçada. Cada um queria fazer alguma coisa.
No fim de um minuto, o ataque passou. Todo mundo respirou aliviado. O homem explicou a quantas andavam seu atendimento no hospital das clínicas, que teria consulta dali dois meses (ainda agradecendo por ter conseguido esta consulta na rede pública).
É triste que presenciemos falta de atendimento de saúde de qualidade (ou no mínimo suficiente) para a população. Que muitas pessoas estão à mercê da pobreza e da miséria, sem amparo do governo ou da sociedade.
Mas é gostoso ver um ato de solidariedade, não é mesmo?

segunda-feira, março 20, 2006



Se Todos Fossem Iguais a Voces
Manuel Bandeira / Vinicius de Moares
1998
Sao Paulo Producoes Artisticas
(CD - Não Vendido Comercialmente)

http://www.sombras.com.br/vinicius/vinicius.htm

domingo, março 19, 2006

Com tanta riqueza por aí, onde é que está? cadê sua fração??

"(...) uma vez que ninguém pode sem crime espoliar seu semelhante, escravizá-lo ou matá-lo, eles dão por assente que o colonizado não é semelhante do homem. Nossa tropa de choque recebeu a missão de transformar essa certeza abstrata em realidade: a ordem é rebaixar os habitantes do território anexado ao nível de macaco superior para justificar que o colono os trate como bestas de carga. A violência colonial não tem somente o objetivo de garantir o respeito desses homens subjugados; procura desumanizá-los. Nada deve ser poupado para liquidar as suas tradições, para substituir a língua deles pela nossa, para destruir a sua cultura sem lhes dar a nossa: é preciso embrutecê-los pela fadiga. Desnutridos, enfermos, se ainda resistem, o medo concluirá o trabalho: assentam-se os fuzis sobre o camponês; vêm civis que se instalam na terra e o obrigam a cultivá-la para eles. Se resistem, os soldados atiram, é um homem morto; se cede, degrada-se, não é mais um homem; a vergonha e o temor vão fender-lhe o caráter, desintegrar-lhe a personalidade"

Sartre.

Trecho extraído do prefácio do livro Os condenados da terra, de Franzt Fanon. O livro foi lançado em 1961, e tem como objeto de observação a África colonizada. Franzt Fanon era médico psiquiatra e morou na Argélia sob domínio francês.

sábado, março 18, 2006

Carta dum contratado

Eu queria escrever-te uma carta,
amor,
uma carta que dissesse
deste anseio
de te ver
deste receio
de te perder
deste mais que bem querer que sinto
deste mal indefinido que me persegue
desta saudade a que vivo todo entregue...

Eu queria escrever-te uma carta,
amor,
uma carta de confidências íntimas,
uma carta de lembranças de ti,
de ti
dos teus lábios vermelhos como tacula
dos teus cabelos negros como diloua
dos teus ohos doces como maconde
dos teus seios duros como maboque
do teu andar de onça
e dos teus carinhos
que maiores não encontrei por aí...

Eu queria te escrever uma carta,
amor,
que recordasse nossos dias na capopa
nossas noites perdidas no capim
que recordasse a sombra que nos caía dos jambos
o luar que se coava das palmeiras sem fim
que recordasse a loucura
da nossa paixão
e a amargura
da nossa separação...

Eu queria escrever-te uma carta,
amor,
que a não lesses sem suspirar
que a escondesses de papai Bombo
que a sonegasses a mamãe Kieza
que a relesses sem a frieza
do esquecimento
uma carta que em todo o Kilombo
outra a ela não tivesse merecimento.

Eu queria escrever-te uma carta,
amor,
uma carta que ta levasse o vento que passa
uma carta que os cajus e cafeeiros
que as hienas e palancas
que os jacarés e bagres
pudessem entender
para que se o vento a perdesse no caminho
os bichos e plantas
compadecidos de nosso pungente sofrer
de canto em canto
de lamento em lamento
de farfalhar em farfalhar
te levassem puras e quentes
as palavras ardentes
as palavras magoadas da minha carta
que eu queria escrever-te amor...
Eu queria escrever-te uma carta...

Mas ah, meu amor, eu não sei compreender
por que é, por que é, por que é, meu bem,
que tu não sabes ler
e eu - Oh! desespero - não sei escrever também!

António Jacinto
Poeta angolano

Poesia escrita em período colonial, lançada no livro Poemas, em 1961. O eu-lírico chora por ter sido afastado à força de sua amada e de sua terra para supostamente trabalhar como contratado (sem recebimento e sem direito algum, relegado a um trabalho forçado) em plantações para o colonizador português. A exploração do angolano é denunciada neste poema, bem como há exaltação da cor local e humanização do negro. O analfabetismo e a miséria ainda hoje em Angola é de índice alarmante.

Uh, uh, uh, que beleza!!!!

Beleza não se põe na mesa. Tem quem não goste de galã, tem quem prefira o charme da diferença, tem quem não ligue para moda. Tem quem ache a moda horrível, inclusive.
Outro dia estava no ônibus, vi uma mulher, na casa dos 40, toda arrumada. Dava gosto de observar as mãos e os pés bem cuidados, unhas pintadas, sandália prata, vestido rosa com detalhes em renda, justo mas não agarrado, cabelo penteado com fita. Nada de extravagante, sem aspirações de jovenzinha, longe de ser comparada a uma perua. Bonita mesmo. Assumida com o rosto que já apresentava algumas marcas da idade, assumida com o corpo que não demarcava cintura fina. Gente, que mulher maravilhosa.
Isso me inspirou a observar mais as pessoas que estavam na rua. Enquanto aguardava um amigo meu na entrada do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, comecei a verificar como as pessoas, cada uma a seu modo, se arrumam, se preparam para a rua. Como elas se apresentam para o mundo. Dá gosto de ver a beleza das pessoas, como são belas. Cabelo crespo solto comprido, pele branca transparente, perna fina, perna grossa, gente alta, gente baixa, saia curta, bermuda largada, calça xadrez amarela, blusa frente única, camisa fechada até o pescoço, olho preto, olho azul, lábios grossos, cabelo pintado vermelho, cabelo descolorido, cara limpa, cara maquiada, todas as cores na rua, inclusive de pele.
Como são bonitas as pessoas que se valorizam, mesmo que a barriguinha esteja saliente, mesmo que o nariz não seja arrebitado, mesmo que o dente esteja torto, mesmo que a cicatriz apareça. São bonitas.
E cada tatuagem criativa!
Não sou contra plástica, não sou contra turbinação, não sou contra nada. Cada um que faça o que lhe for melhor. Um detalhe aqui ou ali podem melhorar o astral. Mas é triste pensar que grande parte de todas as atitudes drásticas (porque tomar anestesia e se submeter a cirurgia não é tão simples e indolor) é fruto do não gostar de si mesmo, do achar que se deve transformar em um boneco para ser aceito no mundo. Como odiar o espelho tendo características que ninguém mais no mundo tem? Como aspirar ser especial querendo se tornar outra pessoa? A felicidade assim chega, negando a si próprio? Acho que há uma diferença entre querer melhorar algo no corpo e querer retirar/colocar para anular o que há no corpo original.
E viva a beleza.

quinta-feira, março 16, 2006



http://www.isp.msu.edu/photocontest/2001/student/
" La Musica de la Maya"
Guatemala, 2000
by Rob Gorski
Prize: Prize: MSU Sweatshirt, sponsored by International Studies & Programs

Como música faz falta na nossa vida...

Muita gente há de concordar comigo. Vida sem música não seria tão boa. Até mesmo para quem não escuta gosta de sentir a vibração que a música ressoa nas coisas. Uma vez vi um menino deitado no chão de madeira, com o rosto encostado, quietinho e concentrado. A mãe explicou: "ele está sentindo a música..."
Mas como vocês poderão verificar, não dedicarei este blog a comentários de músicas. Por vezes, sim. Mas as possibilidades estão abertas.
Porque viver é inevitável...