sábado, abril 29, 2006

Seja silvestre preste ou não preste



Meu blog completou 100 visitas!!
Achei que seria uma boa hora para comemorar...

Obrigada por acessar!!!!

Desde que o Samba é Samba

Caetano Veloso
Composição: Caetano Veloso



A tristeza é senhora,
Desde que o samba é samba é assim
A lágrima clara sobre a pele escura,
a noite e a chuva que cai lá fora

Solidão apavora, tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece, no quando agora em mim

Cantando eu mando a tristeza embora

O samba ainda vai nascer,
O samba ainda não chegou
O samba não vai morrer, veja o dia ainda não raiou
O samba é o pai do prazer, o samba é o filho da dor
O grande poder transformador

sexta-feira, abril 28, 2006

TECHNOLOGY

Quando entrei na faculdade, já tinha visto um computador. Este porém era um instrumento totalmente desconhecido enquanto eu ainda estava no colégio - era uma apenas uma máquina fantasia, grotesca, grande, cheia de botões e luzes. Só a partir do terceiro ou quarto ano que comecei a entregar meus trabalhos digitados, em um programa chamado formax, acessado direto do doss. O segundo programa que conheci foi o lótus.
Eu já beirava os vinte anos quando vi o primeiro celular. Era um tijolo, e só gente rica que tinha. Pegava mal. Era caríssimo.
Nos meus tempos de ginásio, quase ninguém tinha máquina fotográfica. E quem tinha não tirava fotos o tempo inteiro, era só em ocasiões especiais: em aniversários (nem todos), em comemorações (nem todas) e em viagens (nem todas). Por isso tenho poucas fotos minhas e quase nenhuma de meus amigos.
Filmadora VHS, então, só vi no colegial. Um ou outro que tinha.
Eu não tinha vídeo cassete quando era criança. Telefone de disco. Não existia TV a cabo nem internet. Escrevi muitas cartas para meus amigos e recebia cartas de vez em quando.
Nem telefone a gente usava direito, o uso era regulado.
Eu me lembro do lançamento da TV Manchete, assistia Banana Split e quando já grandinha a Turma do Balão Mágico, eu me lembro de meus tios com calças bocas de sino e de ter entrado em ambientes decorados em estilo anos 60.
Fui fã do Michael Jackson negro, do Menudo e me lembro de quase todos os artistas coroas na tenra idade.
Vivi a moda new age, com calças verde-limão, brincos amarelo maiores que a orelha. A maquiagem dos anos 80 era horrível e usei muito batom rosa-choque. O auge dos anos 80 era o moletom.
Eu me lembro do Tancredo Neves morrendo, do Figueiredo na TV, do Delfim Neto, do Paulo Maluf bem mais jovem.
E da entrada do Fantástico quando ainda eram umas mulheres cercadas de formas circulares.

Não estou nostálgica, não. Estou querendo chegar no seguinte: não sou menina. Já fui. Sou dos tempos ultrapassados. Tudo na vida mudou, até os costumes, embora ainda tabus possam valer mais que informações objetivas.
Não quero usar calça cintura baixa, não almejo blusinhas que uma garota de 15 anos usaria, não quero nada disso.
Eu me orgulho dos primeiros cabelos brancos, são marcas que os tempos passaram. Aproveitei o que tinha de ser aproveitado. Fui no playcenter, namorei, tive o primeiro beijo, o primeiro fora, o primeiro tudo. Agora quero aproveitar outras coisas. Vou ser ultrapassada em algumas, é natural. Nem por isso deixo de me acostumar com as novidades, principalmente da tecnologia.

Carpe diem!: não importa a idade. Cada safra de vinho traz o seu encanto. Não desprestrigiemos a experiência, vale muito mais que o ímpeto da juventude, na minha opinião.
Deixemos para trás o que não nos serve mais. Roupas a gente troca. Armários, móveis, a casa toda. Deixemos para trás as tristezas e mantenhamos sempre as boas lembranças, porque bom ou ruim, tudo o que vivemos faz parte do que somos.

Coragem para a vida. Desafios o tempo todo. Padrões internos e externos existem para serem adequados aos novos tempos...

quinta-feira, abril 27, 2006

Tãram tam tam tãram tãtãtãtãããã tãrãtantantam...


Não é o máximo a pantera cor-de-rosa?


Há pouco tempo eu já tinha conversado sobre isso com um amigo, super fã da pantera cor-de-rosa. Mas por esses dias eu reparei que também gosto e muito dela. Vendo alguns desenhos, não só dei muita risada como percebi que provavelmente era um de meus desenhos animados preferidos. Isso porque não via muita TV e quando vejo desenhos antigos não tenho tantas recordações. É mais ou menos assim: vou assistindo e recordando ao mesmo tempo. Às vezes me lembro de uma cena somente depois de ela ter acontecido. Às vezes me lembro da cena seguinte antes de ela acontecer.

Mas muitas coisas me chamam a atenção.
Primeiro que a pantera cor-de-rosa não é menina. É o senhor pink.
Segundo que tudo o que acontece é inesperado, não há uma fórmula. A pantera é completamente livre nos espaços e nos tempos, para fazer o que quiser. E está sempre conquistando o seu espaço, no bem da verdade. O final nem sempre é feliz. Em um episódio ela se dá bem, no outro ela se dá mal, no outro ainda todo mundo se dá bem ou todo mundo se dá mal.
Terceiro que ela é politicamente incorreta e muito bem com a vida. Ela fuma, ela corta árvores da floresta, ela esmaga patinhos meigos, arranja empregos fuleiros, se livra de gatinhos chatos. Mas não deixa de ser uma "boa pessoa" por isso. Tudo o que faz é autêntico e espontâneo.
Fora que os inesperados são muito engraçados. Uma porta abre para outra porta igualzinha. Os ambientes são coloridos. Ela tenta deixar tudo cor-de-rosa, apesar de ter um baixinho invocado tentando pintar tudo de azul.

E as músicas... bem, um show à parte.

quarta-feira, abril 26, 2006

MInha jangada vai sair pro mar


Faz de conta que hoje estou cantando para vocês (não tenho ido ao coral nestas últimas semanas e tenho me sentido frustrada por isso).


Também não tenho ido muito ao mar, fico nostálgica...






Suíte do Pescador
(não consegui confirmar se a composição é de Dorival Caymmi)


Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer
Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar meu bem querer
Se Deus quiser quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer
Adeus, adeus
Pescador não se esqueça de mim
Vou rezar pra ter bom tempo, meu bem
Pra não ter tempo ruim
Vou fazer sua caminha macia
Perfumada de alecrim
Falar em alecrim, não é bom um ambiente aromatizado de alecrim? Vou fazer sachês de alecrim para colocar pela casa...
Alecrim dourado
Alecrim, alecrim dourado
Que nasceu no campo
Sem ser semeado
Foi meu amor que me disse assim:
"Que a flor do campo é o alecrim".

sábado, abril 22, 2006

Hoje o mundo inteiro bate palmas pra você!!!


Gente, surgiu um novo blog aí que promete chegar para ficar. Informação e opinião são marcantes no primeiro post. Estou já ansiosa para conferir os próximos textos. Não, não é de um jornalista famoso nem de um companheiro meu de pós-graduação. É o blog do Alexander Almeida, meu querido sobrinho, que ontem adentrou o mundo virtual dos blogs com audácia e atitude.

Não vou falar mais nada. Tem que entrar para conferir. Depois que vocês lerem o texto dele, comprovarão o que se chama de FORÇA JOVEM!!


Parabéns, Alexander!!!
Continue assim que você vai longe!!!
Felicidades de quem muito te ama e te admira... (Eu mesma, a Rosely)


Senhoras e senhores, com vocês: www.alexanderalmeida.blogspot.com
Visitem e participem!

quinta-feira, abril 20, 2006

Para não dizer que não falei das flores

Confesso: casei no papel. Anos depois de já casada efetiva e afetivamente. É um papel meio caro, mais que R$ 300,00 a versão mais barata. Um direito cível. Através deste papel, estou abrindo possibilidades de outros direitos. Um papel dispensável, lógico. Fui lá no cartório e assinei porque vi algumas facilidades viáveis deste mundo prático e burocrático. Não recomendo nem descomendo.
Não casei na igreja. Não sou católica e apesar de algumas pessoas de minha religião preferirem alguns rituais, eu e o Márcio dispensamos. Se ele quisesse, se fosse seu sonho, eu o faria. Compareceria feliz e de bom grado.
Não me vesti de noiva, não tenho álbum de casamento, não tive lua de mel, não tenho data para comemorar os nossos anos de casado e nem me faz falta. Não recomendo nem descomendo.
O que é bom para um não é para outro, e em negócio de casamento cada um deve buscar o seu desejo. Que se não for algo vazio e pelas aparências ou pela sociedade, tanto melhor. E se não for, também, qual o problema? Não temos, cada um, um sonho de consumo? Cada um que faça o que bem entender, se não estiver prejudicando a ninguém nem a si mesmo.
Não é uma aliança que estabelece fidelidade, não é uma convenção que rege as regras do coração nem promessas que garantem a união eterna. Se não se doa, não se cria intimidade, com ou sem rito.
Que seja eterno enquanto dure, como nos diz o poeta. Que se durar a vida toda, tanto melhor. Se não durar também, qual o problema? Tão bestas os tabus de nossa sociedade, ninguém sabe o caminho que vai nos levar à felicidade. Quem sabe sós. Separação é difícil, mas é melhor do que viver uma mentira. A gente supera mais fácil as cartas na mesa (eu pelo menos sim).
Após tanto tempo juntos, o Márcio continua sendo minha família, meu marido, meu noivo, meu namorado, meu amado, meu amigo. Enquanto assim for, estaremos juntos. Espero que pela vida, porque o divórcio é muito mais caro.

Faça amor, não faça guerra.
Paz e amor para vocês!

quarta-feira, abril 19, 2006

And I do appreciate you being around

Ringo, em seu início de carreira junto aos Beatles*, ficou gripado e com amigdalite. Não pôde acompanhar o grupo em uma turnê. Foi substituído naquela estação. Ao ser questionado sobre o que sentiu na época, já marmanjão, respondeu: "Sim, eu me senti deixado de lado... Pensei que eles não gostassem mais de mim..." Juro que ele ainda fez biquinho ao proferir estas palavras.Por estas e outras, Ringo é o meu Beatle preferido! Por se firmar humano, vulnerável como todos um dia nos sentimos. Já ouvi alguém dizer que Ringo levou a melhor por se filiar a três gênios, saiu com a fama melhor do que se tivesse feito carreira sozinho. Mas será que os Beatles seriam os Beatles sem a sua batida impecável? Seu jeito inédito e pessoal de marcar as batidas? Sei lá. Pergunta sem resposta. Mas o fato é que Lennon, Paul e George procuraram pelo melhor baterista de toda Liverpool e o encontraram. Ringo retornou ao grupo depois de ter tomado muito sorvete e talvez alguns anti-inflamatórios. E aconteceu tudo o que aconteceu depois.

Sim, o que seria de nós sem os nossos amigos. Rendo homenagens àqueles que conheci, mesmo aos que me esfaquearam pelas costas. Até o momento em que me mentiram e me estelionataram, contribuíram para eu ser a pessoa que sou. Se pensarmos bem, até as decepções nos ajudam a sermos o que somos.
Ultimamente tenho reencontrado, ao vivo e virtualmente, muitos amigos que não via há anos. Anos luz. Bons amigos. Pessoas que esperava reencontrar. Pessoas que imaginava que nunca mais ouviria falar. Nem sei se consigo descrever esta sensação, a de resgatar as lembranças, as presenças, as cumplicidades, os afetos. Resgatar a minha vida, praticamente, a minha estória, tudo o que aconteceu comigo. Encontrar estes rostos do passado me afirmam que tudo o que se passou não foi um sonho, não foi uma vivência que passou e acabou. Não é incrível conversar com alguém e sentir o mesmo carinho, os mesmos sentimentos? Isso só pode significar que este conjunto de sensações não são irreais. Quando a gente gosta de alguém, quando nosso coração bate mais forte em alguns momentos, ou quando nos sentimos mais seguros, mais à vontade, mais felizes ao lado de nossos amigos, nada disso se perde. Estará sempre conosco. É como passar por uma escola e nunca esquecer o que estudamos (ao contrário do que acontece com tudo o que estudamos, hehehehe). Estou me sentindo muito real, com uma bagagem repleta. Nenhum reconhecimento poderia ser melhor: as pessoas com quem conversei se lembram de mim. Lembram-se de episódios. Lembram-se de fatos. Estiveram lá, comigo. Não todas, lógico. Mas ninguém precisa reconhecimento do mundo inteiro. Uma pessoa só de um grupo de mil já é pedra preciosa mais valiosa que o resto.

É, Ringo... o que seria de nós, mortais, sem os nossos amigos?




*Que me perdoem os ficcionistas de Beatles, mas eu também me arrisco a comentar sobre eles, apesar de não ser autoridade no assunto... Não sou enciclopédia beatle-maníaca, mas também sou fã.

terça-feira, abril 18, 2006

E hoje eu vou te mandar para Portugal de Navio

Fala sério, alguém aí ainda se escandaliza diante notícias de corrupção? Por acaso impunidade é escândalo? Onde estão as novidades do noticiário?
Corrupção todo mundo sabe que existe, todo mundo vê.
Está no governo, está na sociedade. Está nos fiscais, nas empresas, nas pessoas.
Não é o maior problema atual, a falta de ética? Porque este problema leva a um monte de outros que enfrentamos corriqueiramente: a pobreza, a desigualdade social, a fome.
Sem essa de estar escandalizado porque este ou aquele está envolvido em CPI aqui ou acolá.
O que cada um pode fazer contra a corrupção é não ser corrupto... simples, fácil e eficiente!!

sexta-feira, abril 14, 2006

Troque seu cachorro

Hoje vou falar mais um pouquinho dos cachorros...
Como se sabe, infelizmente há muitos cachorros abandonados na USP.
Mas os cachorros parece que ficam alheios a esta condição de abandonados e por vezes formam matilhas, curtindo uma verdadeira vida selvagem.
Durante o dia, passeiam para cá e para lá. À noite, reúnem-se. Eu e o Márcio mais de uma vez já ficamos cercados de cachorros, à pé ou de carro, principalmente perto do Crusp.

Outro dia eu estava na porta do Cepeusp (o clube) e presenciei umas cenas curiosas: um cachorro vinha andando pelo estacionamento, ia direto para a entrada do cepê. O guardinha batia o pé, espantado o cachorro seguia em frente. Dali a pouco outro cachorro, seguindo o mesmo percurso, como uma formiga. Novamente a batida de pé. Alguns minutos, outro cachorro... Caramba! Os cachorros fazem tudo a mesma coisa... o mesmo caminho, a mesma expressão na cara, a mesma língua de fora... Se não fossem de tamanhos e cores diferentes, ia pensar que estava com febre, tendo delírios, ou vivenciando uma brecha quântica do tempo, o déjà-vu.
Mas de vez em quando vejo um cachorro para dentro do clube. Antes de ontem, eu e o Oluemi (meu irmãozinho de mestrado) estávamos tomando um Mupy na lanchonete, uma cachorrinha prenha ficava fazendo gracinhas ao nosso lado. Inclusive uma vez eu estava sentada por ali mesmo, distraída vendo um pessoal correndo na pista de atletismo logo após o gramadão. Qual a minha surpresa quando vejo correndo também um cachorro, na mesma direção e no mesmo ritmo. Acho que ele entendeu a necessidade de se exercitar.

Mas os episódios mais engraçados ficam por conta do teatro. Lá na ECA todos os fins de semana tem apresentações gratuitas, montagens dos alunos de artes cênicas e da EAD.
Uma vez fui assistir a uma apresentação dirigida por um amigo meu. Retiramos o ingresso, mas a entrada não foi permitida, ficamos para fora do prédio inclusive. Em seguida percebemos o porquê: alguns atores vieram andando pelo pátio, encenando uma procissão. O primeiro ator, muito alto, vinha vestido de um hábito longo e com capuz. Trazia na mão uma espécie de chocalho, que ele balançava e fazia ecoar um som metálico: blém, blém, blém, blém... Este início nos transportou para um ambiente litúrgico, cuja seriedade das expressões nos transmitia dor, talvez de um funeral.
Mas de repente apareceu um cachorro latindo, atraído pelo barulho. Ficou latindo para o ator. E não foi o único, começou a sair do mato um monte de cachorro, que latiam até ferozmente para as pessoas. Não pude conter o riso. Este imprevisto não estava no roteiro, mas os atores seguraram o medo e o espanto e não saíram das posturas assumidas. Depois entramos todos para o teatro, assistimos a peça e esquecemos os cachorros.
Mas houve uma outra apresentação ainda mais inusitada.
Foi numa vez que fui assistir a uma peça chamada Ping. A apresentação foi em um gramado atrás da faculdade.
O público todo de pé, olhando para o ator, que dizia umas frases sem sentido e repetia algumas palavras sem muito nexo. Tudo indicava um tédio total do início ao fim. Mas aí apareceu a cachorrinha, que se aproximou do ator e começou a latir para ele. Ficou muito engraçado: o ator falando, a cadela latindo. Do nada ele começou a correr pelo gramado, contornando-o. Óbvio que a cadela foi atrás. Ficou engraçadíssimo. Parado de novo, falando de novo, o ator voltou para o ponto de partida, repetindo novamente as frases e as palavras. A cachorrinha ficou ao seu lado, olhando para o público, que por sua vez só olhava para ela. De repente ela começou a latir, mas desta vez para nós. Ninguém estava entendendo o que havia motivado tal reação, mas logo percebemos que o guarda havia aparecido. Não teve jeito: o guarda teve que se esconder. Mas acho que ele estava meio curioso quando à peça e aparecia de vez em quando, e a cachorrinha não hesitava: latia todas as vezes que o via.
Então apareceram outros atores, trazendo alguns objetos cênicos, uma mesa. Nem por isso a peça melhorou: tudo esquisito e entediante. Trouxeram uma bacia de água que ficou bem no meio do gramado. A cachorrinha não teve dúvida: foi lá e bebeu água. Passou por cima da bacia. Voltou. Bebeu mais água. A estrela da peça. Passados alguns minutos, chegou uma outra atriz que sentou na bacia, se molhou toda com a água, jogou água para cima. O público mal continha a risada. Nossa vontade era gargalhar... Ai, cachorrinha, ainda bem que você estava lá. Salvou a minha noite.
Mas eu não fiquei para conferir o final da história. Estava muito chato.
Espero que a cachorrinha tenha sido bem aplaudida.

Quanto ao título deste post, não estou convidando as pessoas a trocarem o cachorro por uma criança pobre, não. Esses bichinhos safados são uma alegria para nossa vida. As leis de maltratos a animais deveriam ser mais rigorosas e mais ativas. Alguém que maltrata animais só pode ser doente e necessitado de ajuda psiquiátrica.
Por isso, sugiro uma alteração na música:

Uauuu, Uauuu, Uauuu... Ahhh...
Uauuu, Uauuu, Uauuu... Uhhh...
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uap baptuba
Baptuba, uau uau uau uau uau

Adote seu cachorro... aúúú...
Adote seu cachorro e uma criança pobre...

(Baptuba, uap baptuba)
Sem parente, sem carinho, sem ramo, sem cobre
(Baptuba, uap baptuba)
Deixe na história de sua vida uma notícia nobre...

http://eduardo-dusek.letras.terra.com.br/letras/117822/

Leão! Leão! Leão! Rugindo como um trovão!


Quem é leão tem que ser leão.

Há por aí pela cidade um conjunto de dois out-doors.
O primeiro apresenta um leão de juba como ela é em sua plenitude: armada, grande, exuberante.
O segundo mostra um leão com o cabelo lisinho e penteado, gravura que nos faz rir.
Deve ser propaganda de um shampoo, creme de pentear ou similar que pergunta: 'cabelo armado e com friz?' e promete uma "solução", ou seja, tira o volume e alisa. Anuncia-se um produto que vai transformar o cabelo e a aparência. Como se cabelo armado e com friz fosse uma característica ruim, um defeito a ser "arrumado", "consertado". Não é à toa que a gente ri do leão penteadinho, porque esta imagem remete ao cômico, ao ridículo.
É descabido que justo o leão, o rei da selva, tenha problemas de auto-estima e não goste da própria juba. A juba é o seu orgulho, a sua diferença, a sua marca de poder e de beleza. Alguém consegue imaginar um leão que chora com pente na mão diante um espelho porque seu cabelo não diminui de volume? Eu pelo menos só consigo imaginar um leão que exibe sua juba pela floresta, com a cabeça erguida. Imagino, inclusive, a cobra venenosa morrendo de inveja. Porgue não tem juba exuberante, não tem como se destacar à longa vista.
Deixemos estas línguas de cobra para lá. São maldades que tentam sem êxito destituir o leão de seu trono. E que se o leão quiser alisar o cabelo para testar as suas possibilidades de ser e estar no mundo, tudo bem. Mas que não odeie a sua juba armada e com friz, porque ela é linda, é maravilhosa.

Quem é leão tem que ser leão.

quinta-feira, abril 13, 2006

Há um mundo bem melhor...

Queridos leitores,
Gostaria de relatar aqui as minhas boas experiências que tenho tido nos meus cursos de ginástica.
Primeiro tenho me disciplinado mais a ouvir meu coração, medindo as pulsações antes e depois de cada caminhada. Ele anda muito acelerado. Não tão acelerado demais para ser anormal, nem não acelerado de menos para ser normal. Ouvir o que o corpo tem a nos dizer é importantíssimo, porque ele é que mede os efeitos de nossas atitudes e decisões. Se estamos ultrapassando algum limite do que somos capazes de suportar ou lidar do que nos acontece no dia a dia, nosso corpo nos dá um sinal. Eu tenho tentado entender que tenho ultrapassado um pouco estes limites, e que preciso ser mais mansa comigo mesma. É impressionante o quanto podemos fortalecer os nossos medos, as nossas exigências, as nossas limitações. Mas lembremos que tanto quanto nos maltratamos podemos nos amar. O poder de nos permitirmos a alegria, a satisfação, a paz é igualmente ou mais ainda possível. É só inverter a polarização. Não nos decepcionemos diante o medo. Não nos envergonhemos diante a limitação. Não nos exaltemos diante a tristeza. Concentramos em nossa natureza humana o bem e o mal, o certo e o errado, o positivo e o negativo. Equilibrar não é anular o que não gostamos de nós mesmos, é apenas aceitarmos. Não há vida sem desafios, todo mundo sofre e é feliz de algum jeito. Falo para mim, mas acredito que muita gente também precisa pensar sobre isso...
Segundo tenho me colocado em posições que crianças fazem naturalmente: se jogar no chão, rodar um bambolê, deitar com pernas cruzadas, pular que nem sapo. Tenho descoberto que imitar posturas que as crianças fazem toda hora (e que nós fizemos muitas e muitas vezes) libera os nossos desejos mais secretos. Tudo o que sonhamos quando crianças e que vamos calando e silenciando e reprimindo durante a vida. Como é gostoso tentar colocar o pé na barriga, levar o ombro ao joelho, jogar a cabeça lá para trás. A gente precisa se lembrar mais de liberar a nossa criatividade, a nossa informalidade, a nossa inocência. As crianças brigam entre si, daqui a pouco já são amigas. As crianças choram porque querem chocolate antes de comer, daqui a pouco sentam e pintam um barco no papel. As crianças fazem birra porque querem um brinquedo que viram na TV, daqui a pouco estão distraídas com um passarinho colorido que pousou no fio da rua. Isso que a gente tem que resgatar: esta habilidade de lidar com as frustrações, esta naturalidade de se aceitar o mundo do jeito que é.
Ser feliz também é ser feliz no corpo.

Mens sana in corpore sano.

sexta-feira, abril 07, 2006

Abelha fazendo mel vale o tempo que não voou


E o fruto do trabalho
É mais que sagrado, meu amor
A massa que faz o pão
Vale a luz do teu suor
Lembra que o sono é sagrado
E alimenta de horizontes
O tempo acordado de viver

Convido todos a refletir sobre a letra desta música (podem ouvi-la na íntegra: http://musica.busca.uol.com.br/radio/index.php?busca=amor+de+%EDndio¶m1=homebusca&check=musica ).

Sem medo de descansar...
Sem culpa de pôr os pés para cima...
Com uma musiquinha ou com silêncio...
Com muita alegria no peito!!

R E L A X A R ! !
Fazer algo muito bom para si mesmo...
Se dar um presente...
Cuidar do corpo e da mente...


Respire!

quarta-feira, abril 05, 2006

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos


Este quadro (descrição abaixo) mostra um detalhe muito importante. Reparem nos cavaleiros, que arrancam uma insígnea da manga de suas camisas. Eles rasgam uma marca da Inglaterra, que representava a dependência econômica de Portugal para com este país. Para reconhecer a "Independência" do Brasil, Portugal transferiu sua dívida com a Inglaterra à ex-colônia. Ou seja, o Brasil já nasceu com dívida externa 'importada'. Pensando assim, este quadro não está representando a independência de Portugal? Enquanto D. Pedro gritava: Independência ou morte, o que falavam os cavaleiros portugueses: finalmente livres?




"O Grito do Ipiranga" (1888), atualmente no salão nobre do Museu Paulista da USP, é a obra mais divulgada de Pedro Américo. O nome original dessa tela é "Independência ou Morte", vulgarizada como "O Grito do Ipiranga"(mede 7,60 x 4,15 m). Trata-se de uma tela retangular que mostra Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Atrás deles estão seus acompanhantes: à direita e à frente do grupo principal, num semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à esquerda, e em contraponto aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena, curioso. Movimento e imponência fazem o gesto de Dom Pedro I, na concepção do pintor, um momento privilegiado da história do Brasil. Essa obra foi encomendada pelo governo imperial, antes que o Museu do Ipiranga existisse. (http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/artes/arte_brasileira/grito_ipiranga.htm)



"Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores. Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês."

"É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal."

"A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos."

(http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=3)


"A dívida externa foi a solução encontrada. Na interpretação de Viotti, apesar da 'simpatia discreta da Coroa Britânica', (o) reconhecimento da Independência exigiria não obstante um esforço penoso junto ao governo inglês que agiu como mediador entre Portugal e Brasil. A anuência de Portugal à Independência só foi obtida depois que o Brasil concordou em assumir a dívida de dois milhões de libras esterlinas de um empréstimo feito por Portugal em Londres. (op.cit, p.122)"

(http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/3publ/91ace/index.html)


Leia também: http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/

terça-feira, abril 04, 2006

R E A A A A A L C E

Sem bem entender por que, algumas particularidades ou cenas simples que vemos no nosso cotidiano podem nos fazer rir sem motivo muito aparente. Ontem eu presenciei uma dessas cenas. E ri bastante.
Estava no ônibus, na Theodoro Sampaio, por volta das 19h30.
Ao passar por uma loja de móveis, vi imóvel um senhor sentado em um requintado sofá branco encostado na parede. Uma das mãos pousada no joelho, a outra no braço do sofá. Seu olhar sério mirava o horizonte (ou o outro lado da loja) e sua cabeça estava um pouco inclinada para cima. Em seguida, percebi que ele estava nesta posição porque havia um outro homem tirando sua fotografia.

Será que era o dono da loja ou somente um visitante que gostou da mercadoria??

segunda-feira, abril 03, 2006

Deixa a tristeza pra lá, vem comer

Todos os títulos deste blog são trechos de músicas... uma pequena brincadeirinha que faço com meus leitores...

Este título, por exemplo, é da música Não existe pecado ao sul do Equador, que escutei ontem no documentário de Chico Buarque apresentado no canal a cabo.
Em uma entrevista, Chico descreveu como foi a sua emoção de ouvir pelo rádio a final da copa do mundo (só não me pergunte de qual ano que eu não me lembro) ocorrida no Brasil, entre o time brasileiro e o time uruguaio. Nesta ocasião, o Maracanã tinha acabado de ser construído (especialmente para a Copa) e era o maior estádio do mundo. Narração do primeiro gol: Gooooooooooooooooooool do Brasil!! O Maracanã quase vem abaixo!!! - Chico imaginou que o Maracanã estava mesmo todo a tremer, porque escutava os ruídos de fundo do povo gritando e achou assustador...

Curioso, não? E ele nem imaginava nesta época que teria como fãs um número muito muito muito muito maior do que aquele público que imaginava ao pé do seu rádio. E a propósito, o Brasil marcou o primeiro gol, mas o Uruguai marcou outros dois e ganhou o jogo.

O documentário estava muito interessante. Pena que não deu para eu ver todo... mas ainda hei de assisti-lo em íntegra e contar a vocês outras passagens que me chamem atenção... enquanto isso, podem me contar notícias de Chico e outros artistas que eu não reclamo, não!!

Abraços e obrigada por acessar...

sábado, abril 01, 2006

Ó, mundo tão desigual!! Tudo é tão desigual...



O salário mínimo está R$ 350,00.
Isso quer dizer que um trabalhador ganha, por ano, contando com o 13o. salário, R$ 4.550,00. O que pode ser o rendimento de uma família inteira.

Uma calça jeans de nada na vitrine por R$ 5.000,00 não é uma ofensa???