quinta-feira, agosto 30, 2007

Deixa chover, deixa a chuva molhar


Hoje choveu.

Não muito, mas choveu.

Céu cinza.

Dia dentro de casa.

Dia meio entardecer o dia todo.

Chuva na serra.

Chuva que entra em meu coração.

quarta-feira, agosto 29, 2007

Nós somos os cantores do rádio


Hoje vou passar rapidinho para dar uma dica: uma revista bem legal que encontrei na internet.


Para quem procura uma alternativa àquilo que eu falei no último post (risos), esta parece ser uma boa pedida... mas não se deixem enganar: sempre questionando!




sábado, agosto 25, 2007

Eu sou a mosca que pousou em sua sopa


Eu já tinha dado risada do Estadão e sua campanha contra os blogs. A mídia deve se morder de raiva dos blogs. Principalmente porque há por aí muitos blogs bons pra caramba. Não digo do meu, não, porque este espaço é para mim mais um desabafo, uma distração, uma permissão de escrever sem preocupação. Mas há outros muito competentes e que não estão na via de pensamento da mídia.

Primeiro eu já tinha gostado e muito do pé no saco de muito jornalista. Às vezes a gente vê uns textos tão chatos e mal escritos que não acredita no que lê. Até o aparecimento dos blogs, os jornalistas podiam se vangloriar de serem as principais fontes de informação e formação de opinião.

E tem tanto jornalista safado neste planeta que não dá para botar uma fé: eu trabalhei muito tempo em jornal e revista sem poder oficialmente assinar meus textos porque fiz outra faculdade que não a de jornalismo. Em compensação, algum fdp ganhava mais do que eu por ceder o número de registro oficial. Nada menos que um oportunista que tirava uma grana sem nem tomar conhecimento do material que assinava.

E tem um monte de gente no mercado dependente destas regras.

Mas fazer o que...

Agora com a propagação dos blogs, há um contingente enorme de textos, até de bons jornalistas que não podem se expressar como bem entendem nos meios oficiais, que está alterando o pensamento das pessoas por aí.

Não é novidade que a mídia é tendenciosa. Não é novidade que é ideológica. Nem sou eu que afirmo, ou pelo menos não eu sozinha.

O blog dá oportunidade a novos meios de expressão que nunca chegariam no Estadão ou na Folha, por exemplo. Não estariam disponíveis a grande público.

Isso sim é que é liberdade de imprensa!!! hahahahahaha

Os blogs vieram para ficar. E vão abalar as bases do pensamento contemporâneo.

Ainda bem.

Se Raul Seixas estivesse vivo, iria dar risada também.


Observem as palavras perfeitas deste blog: Estadão contra os blogs! O que eles tem na cabeça?

domingo, agosto 19, 2007

Sem lenço, sem documento


Quando a gente fica de luto, pensa mais sobre a morte.

Assim estou esta semana.

Morte para mim é partir para uma viagem deixando para trás todas as nossas coisas. Viajar sem mochila, na companhia de ninguém. Só levando o que se tem no coração e na mente.

Uma viagem sem volta, interrompendo tudo o que se estava fazendo.

Uma vez fiz uma viagem muito longa. Quando cheguei em casa, percebi que tinha me esquecido de muitas coisas minhas. Quando cheguei, descobri uma vida de presente para mim: a que tinha deixado e que poderia recuperar. E como estava liberta de tudo, tive a liberdade de não repossuir as que não me deram o alívio da ausência.

Percebi que não era tão difícil abandonar tudo.

Mais triste é para quem fica, porque a presença de nossa passagem pelos lugares e pelas coisas está impregnada. A nossa presença-ausência incita a saudade.

Saudade de quem vai. Esperando a nossa vez. Torcendo para que não fiquemos sós enquanto não vamos. Torcendo para nossa vida ainda faça muito sentido.

Apegos construtivos e destrutivos. Enquanto não chegou ainda a nossa hora, aprendamos com a morte a desfazer do que não precisamos, a desfazer do que nos prejudica. Apeguemos ao que nos fortalece, ao que nos dá alegria.

A quem foi: boa viagem! Torço pela sua sorte e pela sua felicidade.

Que encontre paz no meio do caminho.

sexta-feira, agosto 17, 2007

Você é feito de aço


Ontem eu vi uma frase muito boa em um adesivo colado em um fusca:


"VOCÊ PODE ATÉ TER O CARRO DO ANO,
MAS EU TENHO O CARRO DO SÉCULO!"


Eu adoro fuscas! É um carro muito simpático!

quarta-feira, agosto 15, 2007

Ei de cantar aquela canção

Hoje, surpreendentemente, acordei de bom humor. Deve ser porque definitivamente a temperatura do ar mudou.

Outro dia eu já tinha suspeitado: "Acho que mudou a posição do planeta".

Antes de ontem, observando o risco do sol na parede, constatei que isso é verdade. Acho que daqui para frente não haverá mais aquele ar gelado que tira meu fôlego e minha vida.

Tem muita gente que gosta do inverno, né?

Acho que devo ter puxado algum gene índio-tropical.

A minha tataravó era índia, mas infelizmente não há registro de qual etnia ela pertenceu. Mas ela e o meu tataravô (italiano) moraram no Rio de Janeiro, é bem provável que ela fosse mesmo de alguma tribo que estivesse para dentro da linha do trópico.
A família do outro lado veio da Alemanha. Acho que não herdei genes resistentes ao frio deste pessoal. Só o gosto por strudel.

O resto dos antepassados acho que eram mesmo portugueses.

Existe um exame de DNA que mapeia as nossas origens geográficas. Deve ser tão interessante! Já pensou que legal carregar o código genético de algum bárbaro, de algum mouro, de algum mongol, de algum egípcio? De algum asteca?

Emocionante pensar que temos traços da humanidade.

Humanidade: o homem precisaria aprender mais sobre si mesmo para entender que não é um ser sozinho, autônomo, individual, isolado.

O homem existe para ajudar o outro homem. Se pode ajudar materialmente, ajuda. Se pode ajudar com uma palavra amiga, de coragem, de apoio, ajuda. Se pode ajudar na companhia, se pode ajudar com uma mãozinha em algum serviço, se pode ajudar dando idéias, ajuda.

A solidariedade deveria ser a língua universal, que nenhum homem terminasse o dia desinteressado do mundo.

Que nenhum homem terminasse o dia desinteressado sobre si mesmo.

sexta-feira, agosto 10, 2007

Hoje o samba saiu atrás de você

Hoje eu estive no blog da minha amiga Camila, e suas palavras me deram uma vontade danada de falar sobre transformação.
Porque o mundo de hoje é tão rápido no que diz respeito às mudanças que a gente se sente aflito por não poder acompanhar a velocidade de tudo o que nos interessa e que está mudando o tempo todo, ficando obsoleto o tempo todo.

Às vezes a gente junta um monte de coisas que quer analisar com mais cuidado, quer sentir com mais atenção, quer se apropriar com mais consciência.

Eu, por exemplo, guardo muita coisa. Mas isso é muito natural de quem quer sempre ler o mundo, saber o mundo, ter o mundo presente na alma.

Sentir que a gente não controla a velocidade do mundo rodando pode ser muito angustiante.

A gente fica meio frustrado por não conseguir dar conta de muita coisa, mas isso porque a vida das pessoas cheias de energia são assim movimentadas à beça.

Tudo em volta fica assim movimento, tudo em processo ao mesmo tempo, tudo aqui e agora já.
Ah, muitas coisas não vão terminar nunca porque estão sempre se transformando.

Mas eu acho que a gente pode ter uma imensa oportunidade de enxergar tudo o que está à nossa frente de uma maneira diferente todos os dias: todo dia beijando uma pessoa diferente; e quando a gente acorda e beija a mesma pessoa todo dia para sempre, sabe que esta pessoa está sendo uma nova pessoa todos os dias.

A gente está sempre se transformando!!!
Tudo sempre está em nós.
Agora, já, aqui neste momento o tempo todo.


Então, não é necessário correr atrás de tudo o tempo todo se tudo está aqui mesmo conosco.

Vamos tomar uma limonada e relaxar!!

quarta-feira, agosto 08, 2007

Calma alma minha, calminha

Vou correr o risco de passar por fanática por televisão (risos).
Porque outro dia já postei sobre um programa de tv neste blog e hoje vou falar nisso de novo.

Desta vez, do programa do Jô Soares, a que estive assistindo ontem, ou pelo menos tentei assistir.

Primeiro já não gostei da introdução, em que uma repórter visitou uma cidade bem pequena e ficou tirando um barato da cara das pessoas pelo jeito de falar e de ser da comunidade. Para mim, isto é péssimo! Já não basta a gente saber que há por aí neste Brasil cidades muito pobres e sem recursos, com um povo batalhador que faz tudo para sobreviver e tentar ter um pouco de dignidade apesar das carências, ainda vai uma universitária metida a besta dizer que as pessoas são ignorantes porque têm um modo próprio de falar diferente das cidades grandes. Pior é saber que muita gente dá risada! Sinceramente, não tem coisa mais criativa para ficar mostrando na televisão? Eu acho que tem, viu.

Como se isso não bastasse, vai a queridinha Daniele Cicareli ser entrevistada e anuncia que ganhou R$ 2.000 numa aposta besta. Gente, tem trabalhador que não ganha isso em quatro meses seguidos de salário. Sei que o dinheiro é dela e ninguém tem nada com o que ela faz ou deixa de fazer. Mas, sinceramente, não tem coisa mais interessante para ficar falando na televisão? Eu acho que tem, viu.

Ah, mudei de canal, procurando alguma coisa mais legal para distrair.


Não dá para entender por que a qualidade da televisão brasileira é tão ruim. Não vou dizer que não tem programas populares que levam o povo em consideração, que conseguem ibope sem baixaria, que promovem um entretenimento na boa sem partir para o sensacionalismo. Porque tem. Tem programa popular que até faz trabalhos muitos legais de informação.

Por outro lado, como pode haver tanto lixo com tanta gente competente neste mundo, capaz de criar coisas muito boas?

terça-feira, agosto 07, 2007

Sou feliz, por isso estou aqui

Tão gostoso ver uma bexiga voando na rua...

Um sinal colorido no meio do cinza das calçadas.

Pena que o carro pegou, a bexiga estourou e as pessoas se assustaram com o estrondo.

Mesmo assim, tão gostoso imaginar um monte de bexigas voando na cidade.

segunda-feira, agosto 06, 2007

Quero ver o seu corpo dançar sem parar



Este fim de semana eu vi um programa muito engraçado.


Era um tipo de reality show, em que uma meia dúzia de profissionais variados, assumidamente homossexuais, atendem a uma pessoa ou a uma família, realizando algum desejo.
O episódio a que eu assisti era assim: um cara morava com seu filho casado e recebia constantemente a visita do pai. Estas três gerações de homens não sabiam fazer nada em casa e dependiam das mulheres da família para as ações mais simples: não cozinhavam, não sabiam arrumar a cama, mal conseguiam se arrumar (aliás, nem nó na gravata o cara não sabia fazer).
O desejo deles era realizar uma festa em agradecimento a estas mulheres que sempre salvaram a vida deles e aprender algumas coisas para não ficarem assim tão dependentes.
O mais engraçado é que o avô era muuuuuito figura.
Assim que a equipe do programa chegou, ele ficou entusiasmadíssimo, abraçou todo mundo, e ia mostrando a casa toda e contando tudo o que acontecia ali. Descongelou uma comida do freezer e serviu.
Eles perguntavam se ele sabia dançar, ele saía dançando. Perguntavam o que ele sabia fazer, ele saía fazendo. Muito alto astral.
A equipe pegou estes três (neto, filho, avô), levou-os para comprar roupas novas, ao cabeleireiro. Quando eles chegaram na loja de móveis, havia uma mulher esperando-os para ensinar a fazer a cama, a dar nó na gravata... cozinhar...


O avô ficava satisfeito com tudo.


Assim que todos estavam transformados, com a casa nova, toda decorada, o avô estava tão feliz, mas tão feliz, que só faltou beijar cada um dos integrantes da equipe na boca.
Na festa em homenagem às mulheres, ele fez um discurso emocionante: primeiro disse à avó que a amava, e contou que todos os seus parentes a amavam também, toda a família estava muito grata por tudo o que ela tinha feito por todos. Em seguida, agradeceu à equipe por tudo o que eles tinham feito de bom, disse que eles estavam em seu coração para o resto da vida.
Mas o momento mais surpreendente foi logo após eles receberem a "nova" casa: todos estavam sentados no sofá. O avô disse a todo mundo: por favor, juntem as suas mãos assim e fechem os olhos. Parecia que ele iria fazer uma oração (risos). Então ele disse: "Nunca se esqueçam: a mente controla o corpo!"

Esse senhor é genial!

Eu quero muito aprender a cultivar a alegria e poder chegar assim na "melhor idade": feliz, bem-humorada, com pensamento positivo, descolada, espontânea, aberta a novas experiências, com amor a todos e a tudo.

sexta-feira, agosto 03, 2007

A lua, quando ela roda, é nova, crescente ou meia lua, é cheia

Hoje é aniversário de Simone!

Há alguns posts atrás, eu contei alguns causos de faculdade em que ela estava envolvida.
E vou parabenizá-la aqui no blog porque também tenho um outro causo de faculdade para contar e que diz respeito a esta data tão especial.

Não me lembro se estávamos no primeiro ou no segundo ano de curso de francês (o que significa que eu estava no terceiro ou quarto ano de faculdade, já que eu mudei de curso no final do primeiro ano), mas sei que a professora se chamava Cristina.
E, se não me engano, estávamos estudando verbos.

Parecia que iria ser um dia normal, que iríamos para as aulas, intervalo, final de aulas.
Mas... eu tinha levado um bolo (fiz ou comprei?) para cantarmos parabéns para a Simone.
Chamei os nossos amigos, encontramos uma sala vazia e fizemos a nossa festinha, com direito a cantar parabéns, foto e tudo (aliás, onde foram parar estas fotos??).
Estávamos tão contentes que resolver matar aula nem foi necessário, cabular era uma necessidade óbvia.
Depois de comer, fomos ao gramadinho em frente à faculdade. E, muito mais que felizes, subimos na árvore para tirar outras fotografias.
Na minha memória, a Simone estava com um agasalho branco e calça jeans meio clara.
Foi um dia muito bom.

Na aula seguinte, a professora, sentada à janela, após ter passado alguns exercícios:
"A gente estranha quando metade da classe não está presente, a gente pensa que pode ter acontecido alguma coisa... é estranho quando olhamos pela janela e vimos os nossos alunos em cima da árvore fazendo a maior algazarra".
É isso mesmo, a gente pisou na bola!
A copa da árvore que a gente subiu ficava bem em frente à janela da aula que estávamos matando, e a professora viu todo o alvoroço.


FELIZ ANIVERSÁRIO, SIMONE!!!

quarta-feira, agosto 01, 2007

Eterna noite sempre a primeira


Às vezes a gente tem que explorar um pouco a criança que existe dentro da gente.

A minha criança tem se inspirado em borboletas, porque borboletas são seres assim meio fadas, pueris, perecíveis, leves, flutuantes.

No meu jardim da fantasia, existem muitas borboletas que pousam em orquídeas. Existem peixes que voam, três luas que iluminam a noite com clarão prateado. E paredes de água que escorrem do céu.


Eu não sou besta para bancar onda de herói

Se não houvesse o prazo, se não houvesse a pressão, se a gente tivesse tempo de fazer tudo o que a gente gostaria, se tudo o que pudesse nos realizar estivesse ao alcance de nossas mãos, mesmo que a um esforço, mesmo que a um custo, quão mais fácil seria, hein?
Nem tudo nos leva a um fim, nem tudo constrói. Às vezes a luta é para apenas pagar contas.
Ou quase pagar as contas.
Abocanhamos um bocado de ar e voltamos a mergulhar. Afinal, a vida tem que continuar...

À noite, pelo menos, dá ainda para dobrar uma dezena de tsurus e tornar o cesto um pouco mais colorido...