sexta-feira, novembro 10, 2006

Mais vale ser alegre que ser triste

Este blog anda muito pessoal ultimamente.
Acho que é porque não tenho tido muito tempo para escrever, e quando páro, acabo seguindo o caminho mais fácil: o de falar coisas que estão mais à margem da minha cabeça, mais à superfície.
E pensar sobre o mundo cansa um pouco também.
Principalmente porque gosto muito de pensar no que nos incomoda no mundo, não é à toa que estudo a violência no meu mestrado.

Por isso hoje vou fazer uma forcinha e escrever sobre algo muito positivo.
Vou pensar um pouco hoje sobre a vida alternativa.
Que, aliás, nem deveria se chamar alternativa, deveria se chamar a mais óbvia.
Porque se ser alternativo significa ser um pouco mais saudável, isso quer dizer que o mais comum é ser assim mais adoecido.
Tá vendo? De novo essa questão do mundo podre invadindo o meu blog.
Não tem gente que torce o nariz para a vida alternativa?? Isso porque está todo mundo muito acostumado a ser doente, a comer coisas que não prestam, a não se importar nem um pouco com o corpo ou com a mente ou o que o mundo nos faz.
Muita gente torce o nariz para a vida alternativa porque se acostumou a uma vida ruim.
Pois bem, tenho orgulho de pensar e ser um pouco alternativa da vida comum.
Ser alternativo é pensar que estar preguiçoso durante um dia está relacionado a algum fenômeno integrado do seu estado interior com algum fator externo.
Pode estar relacionado com o que dizem as estrelas, pode estar relacionado com o movimento do universo.
Porque não estamos desconectados de um movimento maior que nos envolve.
Acho que às vezes, porque somos racionais, pensamos que podemos ter controle de tudo sozinhos, e que ditaremos o nosso estado de pensar e de ser e de agir como bem nos apeteça.
Mas não é assim, não.
O corpo respira quer a gente pense nisso ou não.
Nem sabemos se o corpo entrou em contato com alguma bactéria e está se defendendo, está se mobilizando para se manter saudável.
Não sabemos se algo que comemos ou que bebemos ou que cheiramos nos causou algum conforto ou desconforto orgânico.
Por mais que pensemos que temos controle de tudo, na verdade nem as nossas vontades celulares a gente sequer conhece.
Nosso próprio corpo, portanto, está fora de nosso controle.
Muito do que acreditamos não passa de ilusão.
E muito do que sentimos, não passa de vício.
Por exemplo: pode-se ter o vício de ser infeliz.
Pode-se ter o vício de ficar zangado.
Pode-se ter o vício de comer chocolate.
Porque o corpo se acostuma a produzir determinadas substâncias e acaba aprendendo a conviver com elas. Acaba precisando delas.
Vida alternativa muitas vezes é relacionada, e indevidamente eu diria, a um estado de relaxamento total, mas nem tudo que precisamos fazer é fácil, ou adquirimos na simplicidade de uma meditação.
Às vezes, é preciso muita CORAGEM e FORÇA para enfrentarmos o nosso organismo e a nossa mente e tomar atitudes para nosso próprio bem.
Podemos rejeitar arduamente a disposição para mudanças, para atitudes.
A culpa por vezes nos "protege" de enfrentarmos os nossos fantasmas.
Porque é mais fácil ser um infeliz consolado do que um ser de falhas e talentos que bota a cara para bater.
Mas o bom é que quando a gente supera uma primeira fase de mudança, o resto fica bem mais fácil.
Parece difícil parar de tomar refrigerante, por exemplo, se tomamos todos os dias. Mas não adianta só estabelecer a privação: é preciso descobrir os prazeres dos sucos, das águas (há diferentes águas com diferentes gostos), os prazeres das bebidas aquecidas. O doce, o amargo, o azedo, o salgado. Se a gente só decidir parar de tomar refrigerante sem se dispor a encontrar alternativas no mundo, parece que não estabelecemos nada além de um castigo. E não é esta a proposta de seguir uma vida mais saudável... a idéia é a de assumir mais prazeres e não o contrário!
Por que ser mais feliz é alternativo?? Então o comum é ser mais triste? ou no mínimo inconsciente do que faz mal.
É, ser alternativo dá trabalho, porque a gente se informa mais sobre o que come, como se vive, como se age. E tem que enfrentar os fantasmas. E tem que ser melhor com o meio ambiente e com o mundo, porque só as pessoas mesmo que podem modificá-lo. Ou seja, a gente...
Boa sorte a todo mundo!!!!
Um beijo alternativo...

Um comentário:

Eu canto no chuveiro disse...

Sabe por que eu sou uma boba, Rô? Porque eu ia ficar choramingando minhas pitangas aqui sozinha... mas aí eu pensei que os amigos tb estão aí pra gente não ter que ficar passando por essas coisas sozinha. Te liguei e recebi um monte de palavras de conforto. E pensei em como eu sou sortuda de ter uma amiga como você! Um beijo grande!