quarta-feira, novembro 01, 2006

Você é um rei / E eu, um barão / Eternamente vermelho / Totalmente doidão

Frantz Fanon publicou, em 1961, o livro Os condenados da terra. Trata-se de um apanhado de suas experiências como psiquiatra e como militante pela libertação de Argélia, ainda colônia da França. Neste e em outros livros seus, defende idéias de revolução para a descolonização de África. Para ele, os europeus estabeleceram uma superioridade racial para legitimar exploração de negros e árabes, fenômeno imposto por violência e que só seria banido por violência.
Fanon morreu no mesmo ano por leucemia, não tendo oportunidade de ver seu país livre, o que só aconteceria em 1964.
Só de curiosidade, os países colonizados por Portugal só tiveram proclamadas independências em 1975.

"O colonizado está sempre atento porque, decifrando com dificuldades os múltiplos signos do mundo colonial, jamais sabe se passou ou não do limite. Diante do mundo arranjado pelo colonialista, o colonizado não é uma culpabilidade assumida, é, antes, uma espécie de maldição, de espada de Dâmocles. Ora, no mais fundo recesso de seu ser, o colonizado não reconhece nenhuma jurisdição. Está dominado, mas não domesticado. Está inferiozado, mas não convencido de sua inferioridade. Espera pacientemente que o colono relaxe a vigilância para lhe saltar em cima. Em seus músculos, o colonizado está sempre à espera. Não se pode dizer que esteja inquieto, que esteja aterrorizado. Na realidade está sempre pronto a abandonar seu papel de caça para se tornar o de caçador". (p. 39/40)




"Na pintura de Richard Westall, A Espada de Dâmocles, (1812) os belos rapazes da anedota de Cícero foram transformados em virgens para gosto do patrono neoclássico Thomas Hope."


"Dâmocles é uma figura participante de uma anedota moral que foi uma adição tardia para a cultura grega clássica.
A personagem pertence mais propriamente a um
mito que à mitologia grega. A anedota aparentemente figurou na história perdida da Sicília por Timaeus de Tauromenium (c. 356 - 260 a.C.). Cícero pode tê-la lido no Diodorus Siculus. Ele fez o uso dela em suas Tusculan Disputations V.61 - 62.
Dâmocles, ao que parece, era um cortesão bastante bajulador na corte de Dionísio I de Siracusa - um tirano do século 4 A.C em
Siracusa, Sicília. Ele dizia que, como um grande homem de poder e autoridade, Dionísio era verdadeiramente afortunado. Dionísio ofereceu-se para trocar de lugar com ele por um dia, para que ele também pudesse sentir o gosto de toda esta sorte. À noite, um banquete foi realizado, onde Dâmocles adorou ser servido como um rei. Somente ao fim da refeição olhou para cima e percebeu uma espada afiada suspensa por um único fio de rabo de cavalo, suspensa diretamente sobre sua cabeça. Imediatamente perdeu o interesse pela excelente comida e pelos belos rapazes e abdicou de seu posto, dizendo que não queria mais ser tão afortunado.
A espada de Dâmocles é uma alusão freqüentemente usada para remeter a este conto, representando a insegurança daqueles com grande poder (devido à possibilidade deste poder lhes ser tomado de repente) ou, mais genericamente, a qualquer sentimento de danação iminente.
Entalhes em madeira da espada de Dâmocles aparecem como símbolo em manuais europeus dos séculos XVI e XVII."

http://pt.wikipedia.org/wiki/Dâmocles

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