quarta-feira, novembro 15, 2006

Menino do rio

"Quem é este cara?"
Eu e o Márcio olhamos para aquele miúdo de bermuda folgada. Tinha acabado de nos pedir um trocado. Então expliquei que era o Padre Anchieta, um poeta que tinha vindo para o Brasil há muitos e muitos anos, um espécie de padre que escrevia poemas na areia da praia. Ficamos um pouco ainda na frente da estátua.
"E as nuvens, do que será que são feitas?" - continuou o menino, verificando que podíamos ter respostas a suas dúvidas.
"São vapores que subiram até o céu. Sabe quando você ferve água, não sai uma fumacinha? É a água que se transformou. O sol esquenta as águas que estão por aí, inclusive do mar. Todos os vapores sobem e se encontram lá em cima. Formam as nuvens. Uma hora as nuvens ficam bem pesadas e começam a baixar. Uma hora, elas esfriam um pouco e se transformam em água líquida de novo. Por isso, chove."
O menino nos olhava com aquele olhar de quem quer aprender cada vez mais. Não sabia quase nada do funcionamento do mundo.
Tããããão lindinho!
Isso já faz tempo. Lembrei-me disso porque hoje estávamos na rua, o Márcio tirou uma folha da árvore. Um menino estava guardando o carro. Veio correndo atrás da gente:
"Tio? Tio? Por que o senhor pegou a folha da árvore?"
O Márcio explicou que era para ver como eram os nervinhos da folha e fazer igual no quadro.
"Ah... para pintar, né..."

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