sexta-feira, setembro 26, 2014

[FIC] Désir (continuação da fic Erotikus)

O bicho

Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa;
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.

Manuel Bandeira

Rosely Zenker - 13/05/2010

Désir (desejo em francês)
__ Faça amor comigo, Emily!
Prentiss engoliu seco.
Teoricamente, este pedido não deveria surpreendê-la, ela mesma havia proferido a mesma frase no dia anterior, mas seu coração palpitou mesmo assim. Desta vez, ela estava do outro lado da mesma conversa. Outra situação? Sim. Estava tentando recuperar o controle. Muito de si havia escapado naquele porão, quando ficara imobilizada e à mercê daquele unsub perturbado.
Prentiss se lembrava com vividez do momento de sua captura. Havia sido como que retirada do mundo em frações de segundo. Sentiu-se como uma lebre esperta o suficiente para escapar de mil perigos que antes lhe haviam assombrado, mas não tanto desta vez diante este perspicaz predador. As garras e cordas que envolveram sua cintura poderiam ter quebrado sua coluna, talvez. Talvez tivesse morrido naquele instante. Ela sobreviveu, entretanto. Abatida, dopada, e aquele unsub desequilibrado somente expressava o sorriso no canto do lábio, salivando como de posse de uma suculenta perdiz. Arrastada para dentro do barco de pequeno porte, Prentiss pôde experimentar a sensação de ser apenas uma cota de carne jogada no chão. Um organismo vivo. Respiração. Salivação. O unsub a olhava de forma a imaginar riscos na pele, indicando a divisão do tipo de carne. E sua predileção era por molho madeira. Assado mal passado. Funghi de guarnição.
Prentiss estava no processo de recuperar a posição de ser humano. Relegada às sensações do tratamento frio e absolutamente restrito a consumidor/mercadoria em relação ao unsub, ela buscava se instrumentalizar para reaver sua identidade em plena forma. Esta alternativa, porém, era uma impossibilidade intransponível. Tudo o que ela queria era sentar em sua mesa, concentrar-se nas suas atividades, reacender o raciocínio calculista, ir a campo, envolver-se nos quebra-cabeças e desvendar os desafios profissionais a que sempre se dedicou com máximo esforço. Ficar afastada do trabalho parecia ser a pior condição neste período. Esta rotina roubada de sua vida mordia-lhe o ego.
À medida que Hotch se aproximava do prédio de Prentiss, repassava em sua cabeça o que ele tanto gostaria de lhe dizer. Duvidava que encontraria em seu apartamento uma mulher fragilizada. Àquela altura, já estaria envolvida em culpa por estar afastada de seu trabalho, possivelmente acreditando que houvesse algo que ela pudesse ter feito no decorrer da investigação que impedisse os eventos que se passaram antes e depois de seu sequestro.
Hotch não entraria naquele apartamento com esperanças de oferecer algum consolo, apenas queria estar lá, evidenciar sua presença. Duvidava que ela desabafasse os seus temores, as dores, as angústias de sua solidão no cárcere. Prentiss àquele momento estaria tentando repudiar a sua situação de vítima, talvez tentasse convencê-lo por palavras, gestos, postura, de que estaria pronta para voltar ao trabalho em tempo mínimo. Sua saída do hospital realmente havia sido rápida. Seu estado de saúde estaria em poucos dias reabilitado. O departamento a obrigava a frequentar um número padrão de consultas na terapia. Seus argumentos sólidos, entretanto, não o podiam convencer de que fosse saudável seu retorno enquanto tanto ela quanto equipe tivessem se perdoado por tudo o que eles não teriam as mínimas chances de evitar.
Ser vítima não é um estado eterno. Não se está sendo vítima o tempo todo. Ter sido vítima, porém, muda algo em si mesmo. Nada vai ser como antes. A superação é possível, sem dúvida. Há de se ficar alerta aos reflexos instalados na mente: nem todo grito será uma ameaça, nem todo tranco será o impacto da violência sofrida, nem toda frustração será motivo de reviver a tensão experimentada. Há de se convencer a mente de que nem tudo estará relacionado ao que se viveu naquela determinada época. Ser vítima em algum momento da vida altera algum curso dos nossos pensamentos. Altera a nossa forma de reagir, de sentir, de entender. Há de se livrar da culpa inevitável: não somos responsáveis pela violência infringida contra nós.
Ah, seria tão bom que nada tivesse acontecido, que nada tivesse morrido em nós, que nunca tivéssemos derramado uma lágrima em algum canto escondido da alma. Que nunca tivéssemos que disfarçar uma mancha arroxeada suspeita de ninguém. Seria tão bom se pudéssemos impedir o que os outros acreditam que tenhamos passado, o que os outros sabem que tenhamos passado, seria tão bom se pudéssemos camuflar de nós mesmos tudo o que sentimos.
Talvez ser vítima instigue algum desejo de morte. Desejar a morte é algo incoerente, difícil de aceitar. Há alguns lugares da alma que nunca devem ser visitados, esses lugares que são porões impregnados de podridão. Algumas experiências nunca deveriam ser reais. Entender a realidade é um desafio e tanto quando os acontecimentos são tão bárbaros que condenam a racionalidade. Não, certas coisas nunca serão desvendadas, estarão para sempre afundadas no pântano de um mundo perdido no universo. Desejaríamos ser incapazes de qualquer ato condenado. Qualquer ato que insuflasse para dentro de outro ser humano a dor de estar vivo, a dor da violência sofrida. Existir dói. Para qualquer um. A dor existencial é fato e inerente. A violência causa uma outra dor tão profunda quanto a capacidade de existir. São dores que passeiam na mente, como fantasmas. É necessário confinar os fantasmas em locais seguros, em locais em que possamos avaliar e administrar os fantasmas. Desejaríamos ser incapazes de tais atrocidades. Desejaríamos ser de outra espécie de nossos agressores. De ser de outra matéria. Desejaríamos que nossos algozes não fossem humanos, para que pudéssemos nos sentir seguros o suficiente para afirmar com todas as certezas: “eu não seria capaz de fazer isso! Eu nunca faria isso em nenhuma circunstância a que eu fosse submetido, nunca assumiria esta posição de agressor. Eu sou um ser humano, meu agressor não é”. Não seríamos nunca fantasma de ninguém. Seria um alívio que, enfim, superássemos a violência com a benção da razão. Superação é possível. Saímos do estado de vítima.
Afinal, mesmo vítimas, não há necessariamente a supressão da resistência. Resistir é possível. Quanto? Cada um tem um limite, é verdade. Somos seres resistentes. Seres de ferro.
Prentiss é uma mulher de ferro.
Ela não deixaria que sua identidade se reduzisse a vítima. Se não pôde se defender naquele porão, havia de se defender agora. É preciso instrumentalizar a defesa, armar-se. E nem todas as armas são de fogo. Às vezes são armas etéreas, armas construídas de coragem. Quanto nos orgulhamos da mulher Emily Prentiss! E de sua capacidade de defesa!
Orgulhamo-nos da mulher Prentiss, que tem força de touro, olhos meigos como de um coala, voz firme como de uma pantera, presença como a de um falcão, reflexos como os de um rato. Forças da natureza agindo em Prentiss, força animal. De novo: não animal no sentido de gíria “muito bom”. Quem sabe desta vez, sim, força animaaaaaal!!!
Prentiss sabia que agir em defesa de sua recuperação não poderia ser passiva. Sentar e esperar a melhora? Não. Agir como se nada tivesse acontecido? Não. Reestruturar-se a partir de ações pensadas, calculadas, implementar mudança através da reação. Admitir a violência, desvitimar-se, superar. Não ter medo de ter sentido medo. Não ter medo de ter sentido solidão. Não ter medo de ter sentido vontade de morrer. Superar agora. Superar. Palavra de ordem, intimação.
Aaron Hotchnner perdeu o fôlego quando viu as malas fechadas ao lado da porta. Perdeu o chão. Imaginava que estaria preparado para muitas situações que fosse encontrar no apartamento de Prentiss, mas não malas prontas. Queria tanto marcar sua presença, queria estar ao lado de sua amada todos os dias em que ela precisasse. Como ela o desafiava assim, como ela o dispensava assim?
Prentiss notou a face corada de Hotch, mas não falou nada. Ofereceu um chá. A televisão estava ligada, o livro aberto, o rádio em baixo volume, a internet on line com várias janelas ao rodapé da tela do computador. Congelado no microondas. Tudo funcionando.
__ O que está acontecendo? – Hotch tentava segurar as emoções de sua voz.
__ Não está acontecendo nada. Digo, tudo está acontecendo. Esses dias certamente não serão fáceis para mim, mas vou ficar bem. Preciso de meu tempo, só isso.
__ Por que as malas estão à beira da porta?
__ Você não precisa se preocupar, não vou abandonar o time.
__ Abandonar o time? – Hotch levantou-se, deixando escapar seu inconformismo na sua voz, nos seus gestos, na sua postura – Você acha mesmo que é isso o que me preocupa?
Prentiss se levantou também. Ficaram a um metro de distância. Hotch imaginando a distância a que estavam naquele momento, de costas a ela. Prentiss desejando a distância. Como se afastar naquela situação? Só para não aceitar ajuda das pessoas mais próximas? Só para que as pessoas não compartilhassem das suas angústias?
__ Hotch, isso nunca poderia dar certo. Há uma hierarquia muito implantada entre nós, muito solidificada. Somos muito diferentes e eu não quero abrir mão de quem sou e do que sou com medo de te machucar, de te contrariar, de parecer a toda hora que eu quero te enfrentar sem estar querendo isso. No nosso trabalho em equipe, você é o líder, mas não podemos esperar que você lidere “nós”. Não podemos esperar que você coloque nos seus ombros as nossas decisões, as nossas expectativas, os nossos destinos. Você não pode carregar sozinho esta responsabilidade, não seria justo nem comigo nem com você. Eu só preciso me afastar agora, Hotch, para ir a um lugar seguro, ir a um lugar que eu goste, para espairecer. Quero recuperar alguns momentos de paz de espírito que eu tive anteriormente, reviver boas sensações, estar em lugares reconhecíveis, lugares em que eu me sinta confortável e possa apenas... respirar e tomar um fôlego. Eu não quero te magoar ou me magoar, Aaron, não quero mesmo. Mas se nós ficássemos juntos, isso iria acabar acontecendo. Inevitavelmente você se sentiria impelido a nos consertar, você sabe que sim.
"Eu sinto muito por ter tomado uma atitude ontem, não queria provocar falsas expectativas, eu só precisava... de algo bom, de algo incrivelmente bom para me trazer de volta à sanidade. Aaron, tudo o que eu preciso para os próximos dias está empacotado na minha bagagem, eu espero que entenda..."
__ Faça amor comigo, Emily.
Hotch tinha subitamente se virado. Eles se olhavam nos olhos quando ele proferiu este pedido.
Prentiss engoliu seco. Chegou a abrir a boca, a balbuciar algo. Por fim, cerrou os lábios, fez um suave movimento com as sobrancelhas. Respirou. Olhou para baixo.
Passou reto por Hotch, que ficou sem palavras diante indefinido comportamento.
Ela continuou andando, caminhou até a escada e subiu. Ele aproximou-se do corrimão, tentou espiar a parte de cima do duplex, mas só viu a parede vazia. Seguiu-a. Lá em cima, ela estava encostada a uma mesa decorativa do corredor. Sem desviar seus olhos dele, ela foi recuando, os dedos da mão esbarrando entre os móveis. Ela entrou em um quarto, ainda de costas. Ele continuou no mesmo caminho, seguindo seus passos, seguindo sua trajetória.
Havia sido tão rápida a relação sexual do dia anterior. Mal houve tempo de explorar cada sentido. Não havia sido ruim, não. Rápida.
Hotch parou no meio do quarto. Era um quarto largo, arrumado, calmo. Ficou esperando que ela se aproximasse. Seja lá o que fosse acontecer, ele esperaria. Daria a ela o controle. Daria a ela a oportunidade do comando, da voz, do mando.
A primeira iniciativa de Prentiss foi tirar a sua gravata. Desabotoou sua camisa. Desabotoou os botões das mangas. Agachou-se, desamarrou os sapatos. Tirou o cinto. Baixou as calças. Terminou de tirar a camisa, puxou-o de leve para frente para que se descalçasse. Por fim, a roupa íntima. Agachou novamente para retirar as meias.
Hotch ficou nu. Seu pênis, obviamente erguido, levemente arqueado para a esquerda. Prentiss circulou-o, devagar, sem tocá-lo. Contemplou-o todo. As marcas dos músculos, as cicatrizes, a pele morena, a penugem do corpo. A penugem das nádegas. Os pelos do corpo. Hotch não se movimentou, ficou no aguardo. Ficou mudo, de palavras, de olhares, despiu-se de tudo. De roupas, de intenções, de... de tudo.
Prentiss após alguns instantes começou a passar suas mãos pelas costas de Hotch. Seu corpo estava aquecido. Tocou a nuca, a cintura, todo o bumbum. Ficou de frente a ele, continuando a sentir sua pele, seu peito, seus braços, suas mãos.
Até que se concentrou em seu pênis. Primeiro roçou os dedos apenas nos pelos. Até que compreendeu todo o escroto na palma da mão esquerda. Deslizou o indicador da outra mão, seguindo o caminho desenhado por uma veia, desde a base do pênis até a glande.
Hotch tentava conter-se, mantendo-se pouco ofegante. Só se permitiu aproximar-se quando ela puxou-o para si, segurando-o pela nuca, ainda mantendo em sua mão o seu órgão genital.
Abraçá-lo, beijá-lo, encostar os rostos, senti-lo. Prentiss segurou seu pênis sem soltar, como se sustentasse seu coração. O coração de Hotch, em suas mãos, pulsando, vivo, quente, um coração emocionado, um coração firme, ai, que eu aperto esse coração como se fosse um pássaro frágil, aperto como se fosse massa de pão, como se fosse meu coração, coração cheio de desejo, cheio de sentimentos fortes por você, Hotch...
Prentiss abaixou-se, para abraçar aquele homem de forma que seu pênis encostasse em seu pescoço.
Não só apenas porão existe numa casa.
Não só apenas porão existe na vida.
Prentiss inspira. Expira. Abraça. Aperta. Forte. Prentiss e aquele homem nu diante de si. Prentiss e aquele pênis à sua frente. Se falasse... falaria, com uma voz espremida, uma voz pequena e rouca: “Emily... Emily... Emily...”
Não somente porão existe numa casa. Há também a sala de estar, de jantar, os quartos, o quintal, o jardim, a piscina. Na ânsia por sair do porão, do porão de sua mente, ela se deleita nas suas sensações, no seu tato, no seu olfato, na sua gula. Ela anseia tanto emergir, emergir o melhor de si. Quer deixar o porão, fechar a porta atrás de si. Quer encontrar o quarto mais arejado, mais claro, com teto solar, luz solar entrando em si, invadindo sua alma, seus pensamentos, seus sentimentos, tudo de si.
Ela o jogou na cama. Ele, seguindo a lógica da dinâmica até então, manteve-se neutro. Ficou na espera, no aguardo. Apenas obedecendo aos desejos de Prentiss, para que ela se sentisse segura, se sentisse confortável, avivasse em si a força de seu poder, a força de sua vontade, o controle. Ela, que havia sido abatida, humilhada, triste em tantos sentidos que ele nunca poderia saber, precisava se sentir novamente dona de si, proprietária de si, restituída de vida e prazer. Restabelecida como mulher, como mulher livre. Hotch nunca poderia saber pelo que ela havia passado, pelo que havia sentido, mas sabia que poderia doar-se para que ela o utilizasse no seu processo interno de libertação.
Ele mesmo, entregando-se, estava dando uma chance a sua própria reabilitação. Relaxou as mãos, o corpo, a mente, tudo para se dispor à vontade de Prentiss. Ele faria tudo para demonstrar a sua dedicação a ela. Nem que embrulhasse sua submissão em papel de presente. Papel dourado. Com laço.
Nem mesmo ao observá-la retirar a roupa, com mais afã, postou um olhar agressivo. Queria olhá-la o tempo todo com ternura. Embrulhá-la em seu olhar. Afagá-la.
Nem mesmo quando ela se deitou sobre ele, nem assim tomou a iniciativa. Se ela o acariciasse, se o arranhasse, se o beijasse, se o mordesse, tudo o que continuava a fazer era entregar mais pele, mais corpo, mais obediência.
Pegue de mim o que quiser, faça o que quiser. Eu, exposto, não menos cálido, não menos intenso, não menos apaixonado neste instante, não menos de mim mesmo, aperto sua mão se a sua o faz, beijo seus lábios se assim você o faz, respiro se você respirar. Vivo para você neste instante agora.
Prentiss por cima de Hotch. Os braços segurando seus braços, ele por baixo, pernas abertas, ela o mantendo todo a si. Coxas. Seio. Axilas.
Ela enfim abriu a embalagem do preservativo. Preservativo transparente. Ótimo, assim posso comer a sua cor. Assim posso comer sua cor. Sua cor.
Após introduzir o pênis em sua vagina, ela voltou a deitar-se sobre Hotch. Para sentir seu peito. Para sentir seu suor. Para ouvir seu coração. Seu coração. Ela apertou o pênis entre as pernas, como se fosse o coração dele. Coração que quero espremer. Que quero esfregá-lo de um lado, de outro, quero retirar e recolocar. Quero afagá-lo tanto, tanto, até que exploda.
Talvez fazer amor instigue algum desejo de vida. Assim, consensual, o sexo é um pulsar de vida. No diálogo de gemidos, talvez sussurros, às vezes gritos, conversam-se os desejos de vida. E nada como desejar estar vivo. Nada como desejar estar presente de corpo e alma naquele instante. Sexo é como um sangue encantado que percorre a gente por dentro e por fora. Sangue que incha os genitais. Sangue que corre feliz e saudável por dentro e por fora. Desejo estar viva, sim. Desejo estar feliz neste momento.
Não só uma casa existe na alma. Existe a cidade, o mundo, o universo.
Alma de Prentiss cheia de Hotch.
Ela tomou um fôlego. Um longo e calmo fôlego. Ela acabou se mexendo antes de perguntar a Hotch se podia retirar seu pênis de dentro dela. Mas antes que ela conseguisse proferir qualquer palavra, ele a abraçou, gentilmente deslizando-a para o lado para que ficassem deitados sob o mesmo travesseiro. Ele a compreendeu nos seus braços, deixando-a toda próxima. Não tem importância, pensou Prentiss. Ela o levaria ao gozo outras vezes ainda nesta noite. Trocaria o preservativo.
Não sabia se ele tinha chegado ao orgasmo, o dela porém tinha ficado bem evidente. Depois ela descobriria. Perguntaria, olharia, cheiraria.
Abraçados por alguns minutos. Ou seriam segundos? Ou seriam horas? Corações disritmados. Sem sintonia.
__ Aaron?
__ Sim...
__ Eu vou sair por uns dias. Eu preciso ir.
__ Ok.
Hotch já não se sentia perdido. Já não se sentia encurralado. Estava solto. Estava flutuando. Ele tinha subido as escadas, saído do porão e fechado a porta.
Alma de Hotch cheia de Prentiss.

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