sexta-feira, setembro 26, 2014

[FIC] Erotikus

Erotikus (erótico em húngaro)
“Porque o generoso ânimo e valente,
Entre gentes tão poucas e medrosas,
Não mostra quanto pode, e com razão,
Que é fraqueza entre ovelhas ser leão”.
– Livro: Lusíadas; estrofe 68 – canto I, Camões

Rosely Zenker - 12/05/2010

__ Faça amor comigo, Hotch!
Hotch abriu a boca. Tinha a intenção de perguntar: “o quê?!”, mas nem ar saiu de sua boca. Só conseguia olhar para Prentiss, sem reação. Atônito. Tinha sido como se alguém tivesse tirado de supetão sua arma. Como se despencasse. Como se tivesse levado um tiro. Como se...
Quanto tempo se passou? Um segundo? Uma hora? Podia se pensar que muitas coisas passaram por sua cabeça. Mas não, só o silêncio. É um desafio e tanto, parar o pensamento. Como entrar no vácuo, como flutuar no espaço. Tinha sido como se alguém tivesse tirado de supetão sua alma. Como se despencasse. Como se tivesse levado um tiro. Como se...
Prentiss respira. Seus olhos escuros, seus olhos nos seus olhos, sua boca meio aberta, sua pele branca, pálida, sua voz que ainda ecoava em sua cabeça.
“Faça amor comigo, Hotch!”
Seu cérebro decodificando a mensagem. Um lobo pensando: f-a-ç-a – faça – ato de fazer, de executar. Um lobo pensando: a-m-o-r – a/mor – amor... amor? O que é amor? Outro lobo pensando: faça amor: sexo, contato humano, contato entre peles, toque, toque entre corpos nus. Um outro lobo pensando (milhares de lobos em seu cérebro neste momento): c-o-m-i-g-o – co/mi/go... comigo? O que isso significa? Hã? Podem os meus lobos se comunicarem? Onde estão as minhas sinapses, os meus circuitos elétricos entre meus neurônios? O que tudo isso significa, não consigo entender... Cérebro danificado... não manda o corpo respirar, não manda os olhos piscarem, tudo acontece em câmera lenta.
Deixa eu explicar algo sobre o cérebro.
Quando a mente percebe algum sinal de perigo, o cérebro se sobrecarrega. Tudo o que os olhos captam, todas as informações do seu redor que os olhos conseguem perceber, tudo precisa chegar ao cérebro com mais precisão. Isso porque o corpo precisa responder rápido, os reflexos ficam mais aguçados para que se possa evitar o perigo, para que se possa sobreviver. Imagine um cinema: digamos 24 quadros por segundo. Não é um número preciso, estou citando apenas como exemplo. O cérebro, para avaliar com mais rapidez e provocar uma resposta mais ágil, dobra o número de informações das imagens captadas pelos olhos. Como se alterasse o “cinema” para 48 quadros por segundo. Por isso, temos a sensação de que o tempo desacelera. O cérebro provê alguns segundos a mais dentro de um mesmo segundo para que a gente possa reagir. Para que a gente possa analisar com mais nitidez cada quadro, cada cena, cada percurso de todas as mudanças do cenário à sua frente. Quando testemunhamos um acidente, parece que o vemos em câmera lenta. O balanço das folhas das árvores, a fumaça, os cheiros, os sons, todos os detalhes de todas as direções ficam mais perceptíveis. E toda a atenção do restante do cérebro se volta à resposta de seus reflexos. A respiração altera, tudo altera. O fluxo de hormônios muda bruscamente. Adrenalina é injetada. Outras substâncias são produzidas. Repentinamente. Na velocidade de um raio, mas com a sensação de câmera lenta.
O mundo em câmera lenta agora.
“Hotch? Hotch?” (era o cérebro de Hotch tentando reanimá-lo).
Deixa eu falar uma coisa sobre sexo. O sexo é uma resposta animal. Não animal no sentido da gíria “muito bom”. Animal, no sentido de orgânico. Muitas pessoas tentam renegar seu lado animal, seu lado bicho. Não gostam do suor. Não apreciam demais odores do corpo. Não aceitam todos os pelos do corpo. Raspam-nos, cortam-nos. Em certa medida, o corpo é até severamente punido por ser um animal. Muitas pessoas tentam disfarçar o próprio organismo. Cobrem com roupas, maquiagens, produtos industrializados, queimam-no ao sol, à máquina de bronzeamento, tatuam, picam, operam, extraem, modificam. Muitas pessoas tentam mandar mensagens através do corpo, como se ele carregasse um código de ética, de personalidade, de algo até mesmo transcendental. Como se o corpo não fosse matéria, como se fosse só alma. Não podemos transmitir dor, mal estar, emoções diante dos outros, ainda mais se for medo, se for aflição, se for angústia, se for intimidação. Não “pega” bem. O corpo? O corpo tem que ser um sinal de racionalidade, de um conjunto de princípios e de mensagens. O corpo é o que somos. E não somos animais. Não agimos como animais. Temos pensamento: somos superiores: somos racionais. Na minha parca opinião, isso é uma ilusão, não somos seres melhores e não se deve negar o nosso lado animal. Não se deve puni-lo. A existência já é uma punição: existir dói. Por que impor mais dor? Bom, estou mudando de assunto. Quero falar sobre sexo. Atração sexual, resposta animal do corpo, não é “uma nuvem mágica de pó de pirlimpimpim”, é uma atividade química que se inicia no cérebro. Não vou esmigalhar todo processo orgânico do sexo, qualquer dia o Reid explica. Com toda ciência. Basta que lembremos que é um conjunto de atividade do organismo, uma resposta humana. Todo mundo tem suas respostas humanas, e, a não ser que haja alguma patologia, todos estamos habilitados a elas. Saudavelmente, sentimos impulsos. Aptos, porém, pela nossa racionalidade, a controlá-los. Não somos bichos? Sim, somos bichos.
Como bichos racionais temos a opção, a escolha. Por isso, nem sempre é saudável aceitar os impulsos sexuais a torto e a direito, como se não houvesse consequências. Nem sempre é saudável aceitar os impulsos sexuais, como se tudo relativo a sexo fosse inevitavelmente uma experiência positiva. Porque às vezes não é. Sexo intervém nas nossas relações com o mundo. Fazer ou não fazer sexo naquele momento não significa apenas ter de lidar com aquele momento. Significa admitir e lidar com tudo o que advém depois. Para mim, sexo seguro não é apenas usar camisinha. É fazer sexo como uma experiência positiva e construtiva. Não, não estou querendo ser moralista nem defensora dos “bons costumes” (que na maior parte das vezes é um nome bonito para “falsa moral”). O que é bom para um não é bom para outro, cada um que constrói a própria vida. Mas é que sexo muitas vezes é abordado como se nunca fosse desconfortável, nunca provesse nenhum tipo de dor – convenhamos, pode sim ser uma experiência constrangedora no mínimo. E, como uma experiência humana, ninguém nasce sabendo o que é melhor. Todo mundo tem que aprender. Alguns percursos são mais fáceis, alguns mais confusos e problemáticos. Mas até mesmo quem nunca fez sexo tem a sua experiência sexual de ter que lidar com o próprio corpo. De ter que lidar com os próprios princípios. Muita gente erroneamente coloca a palavra “amor” como justificativa de tudo, de todos os erros e acertos. Desculpe, mas na minha parca opinião amor não justifica tudo. Como no caso daquela estória do “Crime do padre Amaro” se repetindo por gerações e gerações (entediante) – esta pessoa vai fazer sexo comigo, vai se apaixonar, seremos felizes para sempre. Porque eu a amo. Quem não leu o livro, desculpe pelo “spoiler”: o final não é feliz. Nem próximo de feliz. E pode ler que vale a pena, o livro é espetacular.
Um exemplo muito claro sobre isso tudo que eu estou falando é esta própria fic!! O título é instigante, “erotikus”, a primeira linha então nem se fala... “Faça amor comigo, Hotch”, tudo indica que a fic vai ser uma experiência agradável e excitante, mas ao invés disso eu fico discorrendo um texto interminável e chato.
Nem todo “sugestivo” desemboca no que promete.
Às vezes é só propaganda enganosa.
E como responder, Hotch, a este pedido? Hotch não é inconseqüente, nunca faria algo que pudesse magoar alguém, ainda mais Prentiss. Não somente por trabalharem juntos, mas evidentemente por haver sentimentos envolvidos.
Que são as regras se a regra maior é o que se sente?
Qual protocolo buscar da mente para lidar com esta situação?
Oh, por que muitas vezes, quando queremos que uma música de filme romântico de cinema comece a tocar como que um milagre, justamente aparece a angústia?
Hotch tentou em vão voltar a si. Suas mãos trêmulas acariciam o ombro de Prentiss.
Tentou proferir palavras, mas somente sussurros saíram de sua boca:
__ Emily, eu... eu...
Espere um pouco, por favor, eu preciso pensar... meu pensamento precisa voltar ao normal para que eu possa processar estas informações, entender o que elas significam, entender o que você está me pedindo, entender que está pedindo para mim.
Prentiss continuou imóvel. Ela sabia o que estava pedindo, sua consciência nunca esteve tão clara. Sabia o porquê de estar pedindo. Porque enquanto esteve nas sombras de um porão escuro, vivendo seus momentos mais sinistros e temerosos, a força para seu sobreviver foi pensar em Hotch.
Não é raro o porão remeter a um significado mais profundo do que a representação espacial da localização. O porão pode ser o lugar perverso, o proibido lugar da alma em que estão os medos e os desafios que se teme enfrentar, os desafios temíveis que dão a impressão de que não se vai aguentar, de que se vai explodir, de que se vai perder a lucidez.
Estar no porão, sob o efeito sedativo de alguma medicação, sem possibilidade de defesa corporal, tendo os músculos comprometidos, sem movimento eficaz, sob o domínio de um serial killer insano e cruel, contando com apenas a perspicácia e a conversação para ganhar tempo para que sua equipe pudesse trabalhar e descobrir onde ela estava... cada minuto passou a ser um desafio de sobrevivência. Ela precisava resistir, fisicamente, emocionalmente, precisa esperar pela chegada de sua salvação.
E, nos momentos de silêncio, em que tremia de frio, molhada pelo cheiro forte da própria urina, temendo a presença de seres mais desprezíveis e sujos da escuridão, que poderiam subir do esgoto, que poderiam tocar e andar por ela e lamber sua pele exposta, só restava a Prentiss concentrar-se em seus próprios pensamentos, avaliando a realidade e fugindo dela ao mesmo tempo.
No início, imaginava palavras doces de JJ, podia até sentir de longe a angústia de Garcia, quase torcendo pela força e concentração e dedicação dos agentes focados nas informações do caso, Reid, Morgan, Rossi, movimentando papéis, talvez falando alto um com o outro, levados pela emoção e pela angústia, uma conclusão levando a outra, a outra... imaginava o percurso da investigação, passo por passo, um consequência do outro, visualizava o processo e os passos da equipe em sua direção.
Até que se deparou surpresa de que não imaginava Hotch. Hotch, até então, não aparecia em seus devaneios.
Hotch e sua postura, Hotch chefe, Hotch comandando.
Hotch, seu cabelo, sua barba bem feita, sua nuca. Sua camisa impecavelmente presa pela gravata apertada. Seu relógio. Sua roupa cara. Os tecidos singulares. A textura de sua roupa.
Hotch? Prentiss, entrelaçando momentos de vigília e de tontura, despertava de seus sonhos acordados.
Tentava pensar em outra coisa, mas logo seus pensamentos recuperavam o corpo de Hotch. Logo imaginava todo seu corpo. Imagina.
Imaginava seu peito. Suas costas. Sua pele morena, provavelmente macia. Hotch duro em pele macia. Seus músculos duros, sua postura dura. Sua pele macia.
E a cada vez que Prentiss sentia sua vida ameaçada escapar de cada minuto ameaçador, ela pensava em Hotch. Podia sentir sua voz, podia sentir o seu olhar. Seus olhos escuros, escuros como os seus. Seus cabelos escuros, escuros como os seus.
Pele macia.
Hotch finalmente voltou a piscar. Era a primeira vez em horas que dava um longo suspiro, horas sem dormir, horas sem beber água, horas de pé apenas beliscando algo aqui e ali para manter o ritmo.
Ao contrário de Prentiss, Hotch por todo o período de angústia, não poderia pensar em mais nada a não ser os trâmites da investigação. Homem? Nulo. Ser humano? Nulo. Emoções? Nulas. Nulas, não, impossível; mas anuladas.
Por isso aquele pedido o acertava como um soco no estômago.
Ele a olhou com desejo e carinho. Seus cabelos desalinhados, sua face marcada pelas horas sem sono e sem comida, sua face – marcada pelas cicatrizes do desespero e da perda de esperança – nunca esteve tão bonita.
Seus olhos escuros, escuros como o dele, brilhavam. Brilhavam... vida! Brilhavam superação.
Hotch entendia o porquê daquele pedido naquele momento.
Só não sabia medir as conseqüências do pedido. Só não sabia medir as conseqüências.
Hotch não faria nada para magoar alguém, ainda mais Prentiss, nunca faria nada que pudesse deixá-la triste. Sua vida pessoal sempre esteve pendendo entre “fazer a coisa certa” e não poder. Porque sua vida profissional não era como a das outras pessoas. Hotch não tinha comando sobre sua própria vida. Algo maior comandava. Algo que impulsionava a sua vida e justificava todas as suas ações.
Como subitamente deixar tudo de lado e ceder? Como responder ao pedido de Prentiss? Qualquer que fosse sua resposta, qualquer que fosse sua ação, como prever as conseqüências?
Hotch desejou que aquele momento fosse simplesmente imaculado. Que poder escutar o pedido de sua amada mulher estivesse desvinculado de tudo o que tinham acabado de passar. Que estivesse desvinculado de tudo o que poderia advir dali. Queria que subitamente sua vida ganhasse autonomia e que qualquer resposta fosse a certa. Que qualquer ação fosse a certa.
Queria poder tocá-la, tocar seu ombro, escorregar sua mão e retirar o fino tecido da camisola de hospital. Como se fosse aquela roupa a mais sexy. Como se fosse permitido deitar-se naquela cama, afastar aqueles lençóis, deixá-la nua por completo, como se pudesse tocar seu corpo e beijar sua pele da cabeça aos pés.
Hotch desejou poder aproximá-la de seu rosto, sentir seu gosto, sentir o contato com sua pele, sentir.
Hotch desejou que aquele lugar fosse o refúgio mais seguro, o cenário mais romântico, e fazer sexo com Prentiss ali, naquele instante, fosse a experiência mais forte de sua vida.
Hotch olhou para Prentiss, com carinho e desejo. Se ao menos pudessem se transportar magicamente para um lugar no mínimo... mais adequado, mais confortável, mais coerente com o que sentia... se pudesse transformar aquele momento na oportunidade mais bela de sua vida...
Se ao menos tudo pudesse acontecer entre eles naquele instante.
Prentiss sorriu.
Prentiss é uma traçadora de perfil. Por isso sorriu. Pressentiu. Ela, ali, quanto tempo havia se passado desde que tinha feito o seu pedido? Um segundo? Um minuto? Uma hora?
Hotch mordeu seus lábios. Ele estava mordendo os lábios de Prentiss. A força de seu desejo causaria uma marca em seu rosto, Prentiss sabia.
Hotch jogou seus lençóis no chão, puxou-a para si, levantando-a, ela envolveu suas pernas em torno de seu corpo. Ele mordeu seu pescoço, rasgou o frágil tecido que se tornou eletrizado de tanta estática.
Ela abriu sua camisa, pôs a mão em seu ventre, percorreu rapidamente suas costas e a conduziu pelas nádegas. Ela desatarraxou o cinto, afrouxou suas calças, sentiu o elástico de sua roupa íntima. Quem estava mais ofegante? Hotch arrancou tudo o que estava entre seu tato e o corpo de Prentiss, ela ficou nua na cama branca. Ele segurou seus seios, de forma tão intensa e tão ardente que ela chegou a pender a cabeça para o lado. Encostou-a no ombro de Hotch. Pode sentir o cheiro de sua pele. Não o cheiro de perfume, mas o cheiro de um homem. Ela pôs a mão em seu queixo áspero, por um momento tentando acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Aproximou seu corpo ao dele, podendo sentir seus genitais sob a roupa que ainda não tinha tirado de todo. Foi Hotch quem enfiou a mão por dentro da cueca e retirou seu pênis, encostando-o em sua pele. Ele se afastou um pouco, o suficiente para que pudessem se olhar nos olhos.
Com habilidade de um coelho a correr velozmente entre obstáculos de um bosque, Hotch puxou a carteira, retirou o preservativo, com as duas mãos concentrou-se em vesti-lo. Nessa hora, Prentiss pode vê-lo. Por instantes sentiu como se tudo a sua volta fosse um apenas um retrato, um sonho. Ao mesmo tempo em que olhava nos olhos de seu amado, concentrava-se em sua vagina, queria senti-lo inteiro, por completo, inteiro. O pênis quente foi sendo introduzido em seu corpo. Hotch por um momento apertou as costelas de sua amada, tentando acreditar que aquilo estava realmente acontecendo. Não seria uma relação sexual longa. Movida pela impulsividade agressiva do reencontro, não havia expectativa de que fosse... mas o que precisaria ser?
Logo Hotch correria até a porta, espantado com a imprudência de tê-la deixada destrancada, com até um pouco de raiva de si mesmo por isso. Em seguida recuperaria a roupa de Prentiss, entregaria a ela, a cobriria também com o lençol que tinha caído no chão. Tentaria em vão se rearranjar, como se fosse um adolescente assustado com o poder de suas próprias sensações. Talvez se sentaria na poltrona do quarto para recuperar o fôlego, enquanto por sua vez ela também estivesse concentrada em se recuperar do... mas se recuperar do que?
Logo eles estariam percebendo o suor escorrido pelo rosto, o corpo aquecido e sensível como se tivesse saído de um eletrochoque de mil volts.
Pode parecer hipocrisia de minha parte, tendo em vista o que descrevi até aqui, mas deixemos alguns detalhes do restante da relação em segredo cúmplice dos amantes. Certas experiências são intransferíveis. Não estejamos também seguros de que o cenário, a situação, a pressa e tudo o mais tenham sido inapropriados. Às vezes as condições da realidade ultrapassam a promessa de felicidade da fantasia, a realidade e suas limitações acabam por definir a perfeição do que poderia ter sido imperfeito sem ser. Às vezes as expectativas são extrapoladas. E a vida, mesmo que momentaneamente, faz sentido.
Parece que tudo foi tão rápido, parece que nem existiu.
Mas foi real. Aconteceu de verdade.
“Faça amor comigo, Hotch”. Pronto, Hotch finalmente conseguiu decodificar a mensagem, entender o conteúdo do início ao fim. O pedido, seu nome, tudo. Mas agora já tinha sido tarde demais.
Prentiss virou de lado. Sorriu. Hotch foi abrir a porta. Sorriu. Saiu. Não precisavam falar nada naquele momento. Falariam depois. Afinal, eram profileres. Verbalizariam depois. Depois. Agora precisavam lidar com as promessas do depois.

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