quarta-feira, outubro 25, 2006

Eu preciso dizer que te amo

Siiiiiiim, eu gosto de histórias de amor...
Gosto de contar a minha história de amor...

Eu estava em uma apresentação de final de ano de meus aluninhos queridos. Senti-me observada por alguém.
Quando ia saindo do salão, vi aquele menino, na última cadeira da última fileira.
Uau... Quem será ele?
Logo que deixei os alunos na sala, subi para lá de novo.
Fulminada por um raio de mil volts.
Era a última apresentação, lembram? Do último dia de aula.
Para vê-lo de novo, só no ano que vem.
Ai, ai, que saudades. Só o vi uma vez, mas...
Então chegaram as aulas. Eu estava cheia de novidades: tinha passado no vestibular, estava tão feliz. Também tinha saído do emprego, livre.
Três anos de diferença é bastante quando se tem 16 e 19 anos.
Mas não impedia as minhas febres nas faces, tal qual uma garota do século dezenove ao se ver diante do amado.
Gaguejava.

Mas alguns anos se passariam ainda. Que difícil espera.
Encontrei outros amores, vivi a minha vida. Mas o mundo dá voltas.
Algumas coisas não são para acontecer. Algumas histórias de amor, por mais lindas que sejam, simplesmente deslancham no meio do caminho.
Acontece.

E então eu me encontrei com um amigo. Ele precisava de novos voluntários na comunidade. Fiquei muito feliz de poder voltar.
Isso foi numa quinta feira. O compromisso ficou marcado para o outro sábado, porque as atividades somente aconteciam quinzenalmente.
No domingo me encontrei com ele, com o Márcio, do nada. Nos reencontramos, após tanto tempo que não nos víamos.
Nossa, aconteceu tanta coisa enquanto estivemos separados.
E ainda estávamos separados.
Um espaço de ar entre nós.

E, quem diria!, ele também era voluntário nesta mesma atividade que eu iria participar. Coincidência? Parece que a vida me empurrava para um abismo que eu queria evitar. Porque é muito difícil lidar com sentimentos tão intensos.

Então ele me beijou, em uma tarde, na frente da minha casa.
Sim, história de um outro século.
Mas aí ele não me escaparia mais. Acendeu o estopim. Não me deu outra oportunidade senão retribuir o beijo.

Então vieram as confusões, os desencontros, os mal-entendidos. As desculpas esfarrapadas.
E o espaço vazio continuava entre nós.

E esse espaço vazio tomou dimensões de silêncio.
Márcio, você está aí?
Não sabia onde ele estava. Estava num limiar de escolhas. De luta. Entre o adormecer e o despertar.

E então ele acordou.

De uma hora para outra.

E durante um ano a gente ficou pensando no que seria a nossa vida, se cada um seguia para qualquer lado ou se corríamos na direção um do outro.
Enfim, ficamos juntos.
Uma noite ele entrou na minha oca e não saiu mais.
Pintamos o corpo como índios. Celebramos a noite.
Atordoados.

Mas quem não se atordoa com tanto amor?

2 comentários:

sabugo disse...

é o meu amor...

Eu canto no chuveiro disse...

Rô, que lindo... nem eu sabia dessa história! Fiquei toda romântica depois de ler o post! Que dure pra sempre! Beijo pros dois!