sábado, dezembro 09, 2006

É pau, é pedra, é o fim do caminho

Outro dia passei por uma experiência muito desagradável no metrô.
Eram umas oito da noite, estava indo ver a peça de teatro de um amigo na Liberdade.
Na estação Paraíso, onde faríamos a baldeação, nos deparamos com uma enxurrada de gente que não acabava mais. Mas tanta gente que o metrô mal conseguia fechar as portas, e todas as pessoas ficavam espremidas e sem ação.
Uma vez eu fiquei neste estado dentro do metrô sem me mexer e sequer consegui descer na estação que precisava. Isso só me foi possível umas duas ou três estações depois.
Olha, eu sinceramente não sei como é que as pessoas conseguem aguentar este trampo todos os dias.
Porque todo esse povo não estava na rua pelo mesmo motivo que eu: a maior parte estava apenas voltando do trabalho para casa. E repetem este percurso todos os dias.
O funcionário do metrô anunciava no microfone: "por favor, não cause atrasos, não impeça o fechamento das portas". Este aviso seria coerente se não fosse o detalhe que isso era praticamente impossível. Porque a situação era tão difícil que nem metade das pessoas que estavam na fila conseguiam entrar. Imagine se é praticável que todos tomem cuidado numa cilada dessas. Ah, cada vez que o funcionário se pronunciava meu sangue fervia. O que ele era, afinal, cego? Não estava vendo o sufoco que nós estávamos passando? E ainda vem culpar o atraso dos cidadãos e não do próprio sistema de transporte? Como dar bronca? Ele deveria estar pedindo desculpas de cinco em cinco minutos, e não enchendo o saco.
Uma hora entre a casa e o trabalho ou o estudo é sorte. Duas é o usual. Três é um absurdo. Mas há ainda aqueles que demoram mais de três horas. E não por causa da distância, mas por causa da ineficiência dos transportes e da desestrutura da cidade para suportar tanta gente e tanto carro.
Duas horas para ir, duas para voltar, são quatro horas do dia. 20 horas da semana. 80 horas no mês. Tempo de vida das pessoas que se escoem nas ruas e nos bancos dos metrôs, dos trens, dos ônibus e até dos assentos dos carros.
Cruz credo!!!

Como o povo brasileiro consegue ser assim tão passivo?

4 comentários:

Anônimo disse...

http://www.huguetto.blogspot.com/

André disse...

Esse é um dos piores lados da cidade onde também moro. Difícil é encontrar alternativas e ivestimentos ao transporte público.

André disse...

Quanto ao video que vc viu, tem um link no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=ZquECn6pmWA

Gostei de seu blog!

Anônimo disse...

nossa, ainda bem que eu não passo nem um pouco disso no meu dia-a-dia!

Meu colégio é literalmente do lado da minha casa. Saio, dou quatro passos e entro no colégio.
E o pior é que sempre chego atrasado...

bjão :**