quarta-feira, maio 03, 2006

Alô, alô, W/Brasil

Sem dúvida, estamos na era das embalagens. O consumidor em via de regra se leva a crer que há qualidade em marcas consolidadas e em embalagens grandes, modernosas, coloridas e de grande impacto. Os designs são arrojados, com frases de efeito, com ilustrações. Embalagens dentro de embalagens, tudo embrulhado separadamente. Um enorme desperdício.

Quando comecei a separar os materiais reciclados do lixo, percebi que o volume de materiais recicláveis é muito maior. Papéis e plásticos gastos inutilmente. E também há o agravante de as empresas preferirem optar por materiais não-recicláveis ou não-aproveitáveis. Isso eu acho péssimo. O fator meio ambiente tem pesado na decisão dos consumidores, mas pelo jeito não tem sido decisivo ainda.

Fico frustrada ao perceber que o produto por vezes ocupa quase metade da embalagem a ele destinado. Quando há opção, prefiro os produtos com economia de embalagem, mas infelizmente isso não é possível na maioria das vezes.

Eu recomendo um trabalho de separação do lixo. Não é só um exercício de cidadania, é também um questionamento sobre os produtos que consumimos em casa. Eu comecei a notar mais as informações, se há o selo de reciclável, a data de validade, os ingredientes (passei a evitar mais os produtos com gordura vegetal hidrogenada, por exemplo). E nem sempre as embalagens mais bonitas e chamativas apresentam um produto melhor. Mais produtos químicos e artificiais, mais corantes e conservantes, menos propriedades nutricionais. A empresa, com suas exceções, pode estar gastando mais com publicidade do que com o produto. Não nos deixemos enganar pelo glitter.

E se não há em sua rua um trabalho da prefeitura de recolhimento de reciclagem, procure se informar onde você pode entregá-lo. Vai se surpreender com a facilidade de encontrar um lugar de encaminhamento no seu bairro.
E não pense que reciclável é lixo e não ajuda ninguém. A cooperativa Reciclázaro (http://www.reciclazaro.com.br/) é um exemplo do que o reciclável pode fazer pela vida de inúmeras pessoas. Uma organização séria. Um exemplo de sucesso. Pessoas que saíram do abandono e da miséria e hoje trabalham com dignidade.

E já que eu toquei no assunto de qualidade de produtos, vou dar aqui outra sugestão: experimente de vez em quando as marcas desconhecidas. Eu já encontrei produtos muito bons e muito mais baratos assim. Desconfio de promoções sugestivas. Vou dar um exemplo: outro dia cheguei em um supermercado para comprar leite condensado. A marca mais famosa estava com um bom desconto. Dez centavos a menos que a marca mais barata, uma marca nova no mercado. Levei o produto desta marca desconhecida, que obviamente estava encontrando uma concorrência desleal. Por que, justo naquele dia, a marca mais famosa estava com um preço tão barato daquele jeito? Para evitar a venda da outra? Teorias de conspiração. Talvez paranóia, talvez efeito de um sistema interessado em um hiper-lucro desmedido e controle total de mercado.
Outro questionamento: vocês já repararam que há produtos de nomes diferentes, mas de uma única empresa por detrás? Observem as pastas de dentes, os sabonetes...

Um comentário:

Eu canto no chuveiro disse...

É isso aí.