quinta-feira, maio 25, 2006

Andá com a fé eu vou, que a fé não costuma faiá...

Bom, como se pode perceber, estou escrevendo menos, posts pequenos... Isso tem ocorrido por uma simples razão: o frio. O frio abaixo de 17 graus já me congela. Já me tira o raciocínio, a sensibilidade, a lógica. Abaixo de 17 graus meu corpo já reage como em situação de perigo de vida. Quem disse que eu tenho vontade de conhecer a neve e viajar para os países frios? Eu, hein? Só no verão.

Vou então num esforço máximo me concentrar num dia bem quente para me animar a escrever. Especificamente o dia em que eu estava no ponto de ônibus, dei sinal, quando o ônibus parou, que surpresa: o motorista estava vestido de papai noel.
Eu costumo cumprimentar os motoristas e os cobradores. Bom dia, boa tarde, boa noite, é o mínimo que se pode fazer a alguém que lhe está prestando um serviço (sem questionar aqui a qualidade destes serviços, porque se o ônibus é novo ou velho, se o humor está bom ou está afetado pelo trânsito, isso não é culpa dos funcionários - não deve ser nada bom para eles também). Também cumprimento os guardinhas da faculdade. Os faxineiros. Os porteiros. São pessoas como eu, nada a mais, nada a menos. Eu até já falei em outro post como sinto falta em São Paulo as pessoas se cumprimentarem. Acho o máximo quando estou em outra localidade e as pessoas lhe dão bom dia. Em São Paulo todo mundo é não me toque, não me rele (por uma razão muito simples e justificável: a violência).
Parece muito sem importância, mas não é. Não olhar para quem está lhe prestando um serviço, principalmente manual, causa a chamada invisibilidade social. Uma tese da Fea, cujo autor não vou me lembrar o nome agora, fez uma experiência prática sobre esta temática. Vestiu-se de faxineiro e passou a trabalhar voluntariamente na Usp. Sua verificação: ninguém o reconhecia. Nem colegas, nem professores (a não ser seu orientador, que sabia do projeto), nem ninguém. Isso por um motivo óbvio: ao estar com uniforme e vassoura, ninguém olhava para ele. Ele também relatou sobre as conseqüências dessas atitudes (ou a falta delas): baixa estima, complexo de inferioridade, entre outras. Por isso, não é saudável não ver as pessoas. Sei que isso para a gente que mora em São Paulo é um automatismo. Mas, sempre que possível, é recomendável observarmo-nos, observar a nossa atuação no mundo.
Mas voltando ao motorista de ônibus, neste dia não tinha uma pessoa que não entrasse sorrindo, conversando com o motorista, elogiando a sua atitude. Até perguntaram para o cobrador se não ia aderir à onda, mas pelo jeito ele era muito tímido, hihihihihi
Não seria o máximo todos os motoristas e cobradores vestidos de papai noel, coelhinho da páscoa e em temas comemorativos: índio, árvore, tiradentes, proclamação da república, finados, mães, pais?? Imagine a produção...

4 comentários:

Eu canto no chuveiro disse...

Rô, eu me lembro desse cara!

Assisti a uma entrevista com ele na Cultura falando sobre o assunto...

E obrigada pelo post... me consola sim saber que vc já passou por coisa parecida (aliás, em São Paulo, pouco NÃO passaram) e depois de um tempo passou. Esses dias, ando meio apavorada, com receio de sair na rua. E eu quero que passe logo!

Rosely Zenker disse...

Hum... que cara? o pesquisador ou o motorista hahahahahaha

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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