quinta-feira, abril 20, 2006

Para não dizer que não falei das flores

Confesso: casei no papel. Anos depois de já casada efetiva e afetivamente. É um papel meio caro, mais que R$ 300,00 a versão mais barata. Um direito cível. Através deste papel, estou abrindo possibilidades de outros direitos. Um papel dispensável, lógico. Fui lá no cartório e assinei porque vi algumas facilidades viáveis deste mundo prático e burocrático. Não recomendo nem descomendo.
Não casei na igreja. Não sou católica e apesar de algumas pessoas de minha religião preferirem alguns rituais, eu e o Márcio dispensamos. Se ele quisesse, se fosse seu sonho, eu o faria. Compareceria feliz e de bom grado.
Não me vesti de noiva, não tenho álbum de casamento, não tive lua de mel, não tenho data para comemorar os nossos anos de casado e nem me faz falta. Não recomendo nem descomendo.
O que é bom para um não é para outro, e em negócio de casamento cada um deve buscar o seu desejo. Que se não for algo vazio e pelas aparências ou pela sociedade, tanto melhor. E se não for, também, qual o problema? Não temos, cada um, um sonho de consumo? Cada um que faça o que bem entender, se não estiver prejudicando a ninguém nem a si mesmo.
Não é uma aliança que estabelece fidelidade, não é uma convenção que rege as regras do coração nem promessas que garantem a união eterna. Se não se doa, não se cria intimidade, com ou sem rito.
Que seja eterno enquanto dure, como nos diz o poeta. Que se durar a vida toda, tanto melhor. Se não durar também, qual o problema? Tão bestas os tabus de nossa sociedade, ninguém sabe o caminho que vai nos levar à felicidade. Quem sabe sós. Separação é difícil, mas é melhor do que viver uma mentira. A gente supera mais fácil as cartas na mesa (eu pelo menos sim).
Após tanto tempo juntos, o Márcio continua sendo minha família, meu marido, meu noivo, meu namorado, meu amado, meu amigo. Enquanto assim for, estaremos juntos. Espero que pela vida, porque o divórcio é muito mais caro.

Faça amor, não faça guerra.
Paz e amor para vocês!

4 comentários:

sabugo disse...

Nossa! Vc estava nervosa qdo escreveu essas coisas? Preceu-me irritadinha, mas tudo bem, ainda amo minha Fuinha-esposinha, mesm o irritadinha ;)

Rosely Zenker disse...

hahahaha
nao tava irritada não...
mas meu texto às vezes sai invocado mesmo... preciso cuidar disso!!

Anônimo disse...

nao achei irritada nao... Achei tao verdadeiro... O mundo dos casais seria muito mais facil se fosse assim, simples, sem papel, so com o que a gente sente. E que seja verdadeiro, sempre verdadeiro.

Anônimo disse...

PS: Fui eu quem postou por ultimo... Mada