quarta-feira, abril 05, 2006

E o sol da Liberdade, em raios fúlgidos


Este quadro (descrição abaixo) mostra um detalhe muito importante. Reparem nos cavaleiros, que arrancam uma insígnea da manga de suas camisas. Eles rasgam uma marca da Inglaterra, que representava a dependência econômica de Portugal para com este país. Para reconhecer a "Independência" do Brasil, Portugal transferiu sua dívida com a Inglaterra à ex-colônia. Ou seja, o Brasil já nasceu com dívida externa 'importada'. Pensando assim, este quadro não está representando a independência de Portugal? Enquanto D. Pedro gritava: Independência ou morte, o que falavam os cavaleiros portugueses: finalmente livres?




"O Grito do Ipiranga" (1888), atualmente no salão nobre do Museu Paulista da USP, é a obra mais divulgada de Pedro Américo. O nome original dessa tela é "Independência ou Morte", vulgarizada como "O Grito do Ipiranga"(mede 7,60 x 4,15 m). Trata-se de uma tela retangular que mostra Dom Pedro I proclamando a independência do Brasil. Atrás deles estão seus acompanhantes: à direita e à frente do grupo principal, num semicírculo, estão os cavaleiros da comitiva; à esquerda, e em contraponto aos cavaleiros, está um longo carro de boi guiado por um homem do campo que olha a cena, curioso. Movimento e imponência fazem o gesto de Dom Pedro I, na concepção do pintor, um momento privilegiado da história do Brasil. Essa obra foi encomendada pelo governo imperial, antes que o Museu do Ipiranga existisse. (http://www.rainhadapaz.g12.br/projetos/artes/arte_brasileira/grito_ipiranga.htm)



"Há muito Portugal dependia economicamente da Inglaterra. Essa dependência acentua-se com a vinda de D. João VI ao Brasil, que gradualmente deixava de ser colônia de Portugal, para entrar na esfera do domínio britânico. Para Inglaterra industrializada, a independência da América Latina era uma promissora oportunidade de mercados, tanto fornecedores, como consumidores. Com a assinatura dos Tratados de 1810 (Comércio e Navegação e Aliança e Amizade), Portugal perdeu definitivamente o monopólio do comércio brasileiro e o Brasil caiu diretamente na dependência do capitalismo inglês."

"É claro que D. Pedro decidiu ficar bem menos pelo povo e bem mais pela aristocracia, que o apoiaria como imperador em troca da futura independência não alterar a realidade sócio-econômica colonial. Contudo, o Dia do fico era mais um passo para o rompimento definitivo com Portugal."

"A independência não marcou nenhuma ruptura com o processo de nossa história colonial. As bases sócio-econômicas (trabalho escravo, monocultura e latifúndio), que representavam a manutenção dos privilégios aristocráticos, permaneceram inalteradas. O "sete de setembro" foi apenas a consolidação de uma ruptura política, que já começara 14 anos atrás, com a abertura dos portos."

(http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=3)


"A dívida externa foi a solução encontrada. Na interpretação de Viotti, apesar da 'simpatia discreta da Coroa Britânica', (o) reconhecimento da Independência exigiria não obstante um esforço penoso junto ao governo inglês que agiu como mediador entre Portugal e Brasil. A anuência de Portugal à Independência só foi obtida depois que o Brasil concordou em assumir a dívida de dois milhões de libras esterlinas de um empréstimo feito por Portugal em Londres. (op.cit, p.122)"

(http://www.usp.br/fau/docentes/depprojeto/c_deak/CD/3publ/91ace/index.html)


Leia também: http://www1.folha.uol.com.br/fol/brasil500/

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