sexta-feira, abril 28, 2006

TECHNOLOGY

Quando entrei na faculdade, já tinha visto um computador. Este porém era um instrumento totalmente desconhecido enquanto eu ainda estava no colégio - era uma apenas uma máquina fantasia, grotesca, grande, cheia de botões e luzes. Só a partir do terceiro ou quarto ano que comecei a entregar meus trabalhos digitados, em um programa chamado formax, acessado direto do doss. O segundo programa que conheci foi o lótus.
Eu já beirava os vinte anos quando vi o primeiro celular. Era um tijolo, e só gente rica que tinha. Pegava mal. Era caríssimo.
Nos meus tempos de ginásio, quase ninguém tinha máquina fotográfica. E quem tinha não tirava fotos o tempo inteiro, era só em ocasiões especiais: em aniversários (nem todos), em comemorações (nem todas) e em viagens (nem todas). Por isso tenho poucas fotos minhas e quase nenhuma de meus amigos.
Filmadora VHS, então, só vi no colegial. Um ou outro que tinha.
Eu não tinha vídeo cassete quando era criança. Telefone de disco. Não existia TV a cabo nem internet. Escrevi muitas cartas para meus amigos e recebia cartas de vez em quando.
Nem telefone a gente usava direito, o uso era regulado.
Eu me lembro do lançamento da TV Manchete, assistia Banana Split e quando já grandinha a Turma do Balão Mágico, eu me lembro de meus tios com calças bocas de sino e de ter entrado em ambientes decorados em estilo anos 60.
Fui fã do Michael Jackson negro, do Menudo e me lembro de quase todos os artistas coroas na tenra idade.
Vivi a moda new age, com calças verde-limão, brincos amarelo maiores que a orelha. A maquiagem dos anos 80 era horrível e usei muito batom rosa-choque. O auge dos anos 80 era o moletom.
Eu me lembro do Tancredo Neves morrendo, do Figueiredo na TV, do Delfim Neto, do Paulo Maluf bem mais jovem.
E da entrada do Fantástico quando ainda eram umas mulheres cercadas de formas circulares.

Não estou nostálgica, não. Estou querendo chegar no seguinte: não sou menina. Já fui. Sou dos tempos ultrapassados. Tudo na vida mudou, até os costumes, embora ainda tabus possam valer mais que informações objetivas.
Não quero usar calça cintura baixa, não almejo blusinhas que uma garota de 15 anos usaria, não quero nada disso.
Eu me orgulho dos primeiros cabelos brancos, são marcas que os tempos passaram. Aproveitei o que tinha de ser aproveitado. Fui no playcenter, namorei, tive o primeiro beijo, o primeiro fora, o primeiro tudo. Agora quero aproveitar outras coisas. Vou ser ultrapassada em algumas, é natural. Nem por isso deixo de me acostumar com as novidades, principalmente da tecnologia.

Carpe diem!: não importa a idade. Cada safra de vinho traz o seu encanto. Não desprestrigiemos a experiência, vale muito mais que o ímpeto da juventude, na minha opinião.
Deixemos para trás o que não nos serve mais. Roupas a gente troca. Armários, móveis, a casa toda. Deixemos para trás as tristezas e mantenhamos sempre as boas lembranças, porque bom ou ruim, tudo o que vivemos faz parte do que somos.

Coragem para a vida. Desafios o tempo todo. Padrões internos e externos existem para serem adequados aos novos tempos...

2 comentários:

Eu canto no chuveiro disse...

Que lindo, Ro...... o mais bonito...

P.S. "Fui fã do Michael Jackson negro" hahahaha!

Érica Antunes disse...

Rosely,
Eu simplesmente AMEI esta crônica... PARABÉNS!!!!!!!