quinta-feira, abril 13, 2006

Há um mundo bem melhor...

Queridos leitores,
Gostaria de relatar aqui as minhas boas experiências que tenho tido nos meus cursos de ginástica.
Primeiro tenho me disciplinado mais a ouvir meu coração, medindo as pulsações antes e depois de cada caminhada. Ele anda muito acelerado. Não tão acelerado demais para ser anormal, nem não acelerado de menos para ser normal. Ouvir o que o corpo tem a nos dizer é importantíssimo, porque ele é que mede os efeitos de nossas atitudes e decisões. Se estamos ultrapassando algum limite do que somos capazes de suportar ou lidar do que nos acontece no dia a dia, nosso corpo nos dá um sinal. Eu tenho tentado entender que tenho ultrapassado um pouco estes limites, e que preciso ser mais mansa comigo mesma. É impressionante o quanto podemos fortalecer os nossos medos, as nossas exigências, as nossas limitações. Mas lembremos que tanto quanto nos maltratamos podemos nos amar. O poder de nos permitirmos a alegria, a satisfação, a paz é igualmente ou mais ainda possível. É só inverter a polarização. Não nos decepcionemos diante o medo. Não nos envergonhemos diante a limitação. Não nos exaltemos diante a tristeza. Concentramos em nossa natureza humana o bem e o mal, o certo e o errado, o positivo e o negativo. Equilibrar não é anular o que não gostamos de nós mesmos, é apenas aceitarmos. Não há vida sem desafios, todo mundo sofre e é feliz de algum jeito. Falo para mim, mas acredito que muita gente também precisa pensar sobre isso...
Segundo tenho me colocado em posições que crianças fazem naturalmente: se jogar no chão, rodar um bambolê, deitar com pernas cruzadas, pular que nem sapo. Tenho descoberto que imitar posturas que as crianças fazem toda hora (e que nós fizemos muitas e muitas vezes) libera os nossos desejos mais secretos. Tudo o que sonhamos quando crianças e que vamos calando e silenciando e reprimindo durante a vida. Como é gostoso tentar colocar o pé na barriga, levar o ombro ao joelho, jogar a cabeça lá para trás. A gente precisa se lembrar mais de liberar a nossa criatividade, a nossa informalidade, a nossa inocência. As crianças brigam entre si, daqui a pouco já são amigas. As crianças choram porque querem chocolate antes de comer, daqui a pouco sentam e pintam um barco no papel. As crianças fazem birra porque querem um brinquedo que viram na TV, daqui a pouco estão distraídas com um passarinho colorido que pousou no fio da rua. Isso que a gente tem que resgatar: esta habilidade de lidar com as frustrações, esta naturalidade de se aceitar o mundo do jeito que é.
Ser feliz também é ser feliz no corpo.

Mens sana in corpore sano.

Nenhum comentário: