Queridos leitores,
Gostaria de relatar aqui as minhas boas experiências que tenho tido nos meus cursos de ginástica.
Primeiro tenho me disciplinado mais a ouvir meu coração, medindo as pulsações antes e depois de cada caminhada. Ele anda muito acelerado. Não tão acelerado demais para ser anormal, nem não acelerado de menos para ser normal. Ouvir o que o corpo tem a nos dizer é importantíssimo, porque ele é que mede os efeitos de nossas atitudes e decisões. Se estamos ultrapassando algum limite do que somos capazes de suportar ou lidar do que nos acontece no dia a dia, nosso corpo nos dá um sinal. Eu tenho tentado entender que tenho ultrapassado um pouco estes limites, e que preciso ser mais mansa comigo mesma. É impressionante o quanto podemos fortalecer os nossos medos, as nossas exigências, as nossas limitações. Mas lembremos que tanto quanto nos maltratamos podemos nos amar. O poder de nos permitirmos a alegria, a satisfação, a paz é igualmente ou mais ainda possível. É só inverter a polarização. Não nos decepcionemos diante o medo. Não nos envergonhemos diante a limitação. Não nos exaltemos diante a tristeza. Concentramos em nossa natureza humana o bem e o mal, o certo e o errado, o positivo e o negativo. Equilibrar não é anular o que não gostamos de nós mesmos, é apenas aceitarmos. Não há vida sem desafios, todo mundo sofre e é feliz de algum jeito. Falo para mim, mas acredito que muita gente também precisa pensar sobre isso...
Segundo tenho me colocado em posições que crianças fazem naturalmente: se jogar no chão, rodar um bambolê, deitar com pernas cruzadas, pular que nem sapo. Tenho descoberto que imitar posturas que as crianças fazem toda hora (e que nós fizemos muitas e muitas vezes) libera os nossos desejos mais secretos. Tudo o que sonhamos quando crianças e que vamos calando e silenciando e reprimindo durante a vida. Como é gostoso tentar colocar o pé na barriga, levar o ombro ao joelho, jogar a cabeça lá para trás. A gente precisa se lembrar mais de liberar a nossa criatividade, a nossa informalidade, a nossa inocência. As crianças brigam entre si, daqui a pouco já são amigas. As crianças choram porque querem chocolate antes de comer, daqui a pouco sentam e pintam um barco no papel. As crianças fazem birra porque querem um brinquedo que viram na TV, daqui a pouco estão distraídas com um passarinho colorido que pousou no fio da rua. Isso que a gente tem que resgatar: esta habilidade de lidar com as frustrações, esta naturalidade de se aceitar o mundo do jeito que é.
Ser feliz também é ser feliz no corpo.
Mens sana in corpore sano.
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